Empresas de médio porte ágeis superam ações das gigantes suíças

Por Roxana Zega.

Em um ano em que as gigantes suíças foram atingidas pela valorização do franco e pelas preocupações com a desaceleração na China, os traders migraram para ações de empresas de médio porte.

Eles venderam ações como Swatch Group AG e Cie. Financière Richemont SA e compraram empresas como Galenica AG, proprietária de uma rede de farmácias, e a fabricante de chocolate Lindt Spruengli AG. Essas empresas obtêm mais da metade de suas receitas na Europa e estão querendo expandir.

Como resultado, o Swiss Market Index (SMI) perdeu 3 por cento este ano, ao passo que um índice que acompanha empresas que são cerca de oito vezes menores subiu 7,4 por cento. Seus membros são menos sensíveis às flutuações do franco suíço – que subiu frente a todas as outras principais moedas neste ano – e à desaceleração da economia global.

“Se você não estiver exportando seus produtos para fora da Europa, a situação não está tão ruim”, disse Ion-Marc Valahu, cofundador e gerente de fundos da Clairinvest em Genebra. “As empresas de médio porte são mais dependentes da economia local, e a economia na Suíça não está tão mal. Existe demanda interna”.

Índice SMIM

O índice SMIM está caminhando para seu melhor trimestre desde 2009, com um aumento de 11 por cento, e a unidade de gestão de patrimônio do UBS Group AG recomenda que os investidores comprem as ações também no próximo ano, citando balanços fortes e alto crescimento dos lucros. Os participantes deste índice tiveram um aumento de mais de 11 por cento em seus lucros no período de três anos que finalizou em 2014, superando os lucros do SMI.

O governo suíço disse neste mês que a recuperação está a ponto de começar, pois o produto interno bruto subirá 1,5 por cento no próximo ano e 1,9 por cento em 2017, em comparação com o avanço de 0,8 por cento em 2015. Na zona do euro, o banco central da região vai ajudar a economia a ter um crescimento projetado de 1,7 por cento em 2016, que seria o maior desde 2010.

“As pessoas estão procurando essas empresas, pois a recuperação europeia, apesar de ainda não ser boa, está em andamento”, disse Otto Waser, diretor de investimentos da R&A Research Asset Management, em Zurique. “As empresas menores estão um pouco mais protegidas das notícias ruins”.

As empresas no SMIM têm 53 por cento de exposição à Europa, em comparação com os 36 por cento dos membros do SMI, de acordo com a empresa de pesquisa de investimento.

Crescimento frágil

Martin Schlatter, gestor de fundos da Swiss Rock Asset Management em Zurique, prefere as ações de empresas maiores. O avanço no índice das empresas de médio porte aumentou sua valorização para 20,5 vezes os lucros estimados, a maior alta em quase quatro anos em relação ao SMI.

“O crescimento econômico ainda é frágil, por isso no momento preferimos as grandes empresas por causa de sua diversificação de negócios e de suas características defensivas” disse Schlatter. Sua empresa administra US$ 1,5 bilhão. “Não consigo ver uma série de fatores de apoio para as empresas suíças de médio porte. Se a volatilidade continuar elevada, os investidores vão voltar aos setores defensivos”.

Isso não aconteceu ainda. Novartis AG, uma das ações mais defensivas e o segundo maior componente do SMI, caiu 7,9 por cento em 2015, desempenho inferior ao mercado mais amplo, pela primeira vez em três anos. A companhia caminha para a maior queda anual desde 2008, depois de ter crescido mais de 23 por cento em 2013 e 2014.

“As pessoas estão esperando que a economia cresça no próximo ano”, por isso estão se voltando para ações que estão preparadas para se beneficiar mais da recuperação doméstica, disse Konstantin Giantiroglou, chefe de assessoria e pesquisa de investimento do Neue Aargauer Bank, em Brugg, na Suíça. “É um bom lugar para investir”.

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