Por Christopher Langner e David Fickling.
Os britânicos acordaram na manhã de quinta-feira em meio a tempestades e desastres, incluindo 4,4 centímetros de chuvas do lado de fora do Palácio de Buckingham e uma parte do centro de Londres, perto do Tâmisa, sob alerta de inundações.
Nas primeiras horas da manhã de sexta-feira, a votação pela saída da União Europeia fez a libra cair 10,2 por cento e o ouro à vista subir 5,9 por cento.
Onde os investidores em ações poderão se proteger da tempestade que está se formando? Bem, George Soros e Kyle Bass ficarão desapontados em saber que a China teria sido a melhor aposta.
Enquanto por volta do meio-dia em Hong Kong a maioria dos mercados abertos mostrava prejuízos de 3 por cento a 6 por cento por causa da Brexit, o Shanghai-Shenzhen CSI 300 registrava queda de cerca de 1 por cento, superando o desempenho de todos os demais ativos considerados de risco.
Isto não deveria ser surpresa. A menos que possuam cota de investidor institucional qualificado da Comissão Reguladora de Títulos da China, os fundos estrangeiros não podem negociar as ações no índice Shanghai-Shenzhen. Isto significa que os nervosos gerentes de portfólios não têm liberdade para sair.
O índice blue chip chinês, contudo, funciona com agenda própria. A regressão dos retornos semanais dos últimos 10 anos entre os 13 maiores índices acionários do mundo em capitalização de mercado, mais o Straits Times Index de Cingapura, mostra que o CSI 300 é o menos correlacionado com o FTSE 100, do Reino Unido.
De forma similar, o yuan chinês é a moeda mais estável da Ásia hoje, excluindo-se o iene. (A moeda japonesa é vista como um porto seguro e está subindo vigorosamente).
Por isso, na próxima vez em que um grande deslocamento parecer iminente no mercado, não escute os pessimistas em relação à China: o lugar mais seguro para se esconder pode vir a ser Xangai.
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