Por Pavel Alpeyev.
A Niantic impediu que alguns aplicativos de terceiros tenham acesso aos servidores do Pokémon Go, o que gerou críticas de fãs e obrigou a produtora do jogo que está batendo recordes a se defender.
A Niantic afirmou que precisava liberar capacidade para o lançamento do Pokémon Go em novos mercados. Isso significou fim do jogo, por exemplo, para o Pokévision, site que monitora a localização de aparições dos monstros, e resultou em críticas de parte de seus 50 milhões de usuários.
“Rodar um produto como o Pokémon Go em escala é um desafio”, escreveu o CEO da Niantic, John Hanke, em um blog. “Esses desafios se tornaram maiores com terceiros que tentam acessar nossos servidores de várias formas fora do jogo em si”.
A Niantic tem tido dificuldades para fazer frente à popularidade do jogo de caça de monstros e sofreu diversas interrupções de serviço desde a estreia do jogo, no mês passado. Hanke disse que os desafios de escala obrigaram a empresa a atrasar o lançamento do jogo na América Latina e culpou os “esforços agressivos” de terceiros pela sobrecarga dos servidores. No início da semana, a empresa desativou o acesso a alguns desses aplicativos.
O acesso de terceiros ao jogo não é oferecido por meio da chamada interface de programação de aplicativo, ou API, na sigla em inglês. Mas desenvolvedores empreendedores conseguiram inverter a engenharia do tráfego dos servidores para criar aplicativos complementares quase tão populares quanto o original. No Brasil, o Pokémon Go ganhou o topo dos rankings de aplicativos gratuitos, seguido do Poke Radar, segundo a empresa de pesquisa de mercado App Annie. Um aplicativo de US$ 0,99 chamado Poke Vision Pro ficou em terceiro lugar no ranking de aplicativos pagos.
Os fãs, que têm usado o Pokévision para complementar o radar de monstros do jogo, têm ido a fóruns como o Reddit expor sua fúria, e o criador Yang Liu escreveu uma carta aberta para Hanke.
“Você simplesmente capturou os corações de todos nós com o Pokémon Go, Niantic. Mas depois partiu todos eles em pouco tempo”, escreveu Liu.
Alguns foram além e criaram robôs capazes de vagar pelo mapa, coletar itens e caçar monstros. Uma conta de Pokémon Go de nível 31 com um catálogo cheio de monstros raros está sendo vendida por US$ 100 no eBay. Hanke, cuja conta no Twitter havia sido reportada como hackeada, disse que os sistemas e as contas da empresa nas redes sociais estão sofrendo ataques de hackers.
A Niantic também tem sido criticada pela falta de comunicação com sua base de fãs, que vem crescendo rapidamente. No mês que passou desde o lançamento do jogo, as comunicações da empresa se limitaram ao anúncio de novos lançamentos no mercado.
“Se não tuitamos muito é porque estamos trabalhando arduamente no jogo”, disse Hanke, em outra postagem. “Mas faremos o melhor daqui para frente para que vocês estejam por dentro do que está acontecendo”.
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