Por Dimitri Speck, fundador e analista senior da Seasonax.
Sediar os Jogos Olímpicos não apenas atrai atenção da mídia, grandes projetos de investimento e uma melhora no humor doméstico – ela também, tradicionalmente, leva a um impacto negativo no mercado acionário da nação-sede.
As ações brasileiras têm apresentado crescimento nos meses recentes. Mas isso irá durar?
Uma vez que a Olimpíada acontece apenas uma vez a cada quatro anos, para o bem desse estudo, nós também levamos em conta o impacto da Copa do Mundo, um evento esportivo similar em termos de tamanho e investimentos. Desde 1960, foram 14 jogos Olímpicos e 14 Copas do Mundo. A atual Olimpíada no Brasil não está incluída no estudo, uma vez que a linha do tempo em estudo é pelo período de um ano após cada evento.
Ao examinar o ganho médio no mercado acionário da nação-sede nas datas próximas aos jogos, nós identificamos que, em média, as ações valorizam antes dos eventos esportivos, tipicamente 11 meses antes do primeiro evento de cada competição. Em média, o ganho foi de 12,61% nesse período. Em base anualizada, isso é mais que o dobro do aumento médio do MSCI World no mesmo período, entre 1974 e 2014.
No entanto, os preços, em média, começam a cair novamente um mês antes do início dos jogos. A tendência de baixa observada pouco antes do início dos jogos, durante o evento e por meses depois provavelmente é uma correção técnica sobre os aumentos passados. Isso acontece mais significativamente próximo a Copa do Mundo do que na Olimpíada. Em algum momento, o mercado acionário se recupera dessa queda pós-evento, mostram os dados.