Por Aline Oyamada.
Na opinião de investidores do mercado de dívidas, a avaliação dos títulos de dívida brasileiros está melhorando, ainda que as principais agências de classificação de risco mantenham perspectivas negativas para a nota do país.
Os títulos da dívida soberana brasileira no exterior tiveram valorização nos últimos meses com as expectativas de que o novo governo corrigirá as finanças do Brasil e reativará o crescimento econômico. Com isso os rendimentos desses papéis caíram para os níveis de junho de 2015, três meses antes de a S&P Global Rating retirar o grau de investimento do país, no que foi seguida pela Moody’s Investors Service e pela Fitch Ratings nos meses seguintes.
Os rendimentos dos títulos do Brasil provavelmente continuarão caindo em um momento em que o presidente recém-empossado Michel Temer busca apoio para medidas que visam a reduzir o déficit orçamentário do país, segundo a Loomis Sayles & Co. e a Invesco Advisers.
“Espero que o governo Temer aprove as tão necessárias reformas estruturais do lado fiscal”, disse Bianca Taylor, analista soberana sênior em Boston da Loomis Sayles, que administra US$ 240 bilhões em ativos. “Os mercados acreditam que os fundamentos continuarão melhorando”.
A capacidade de Temer de conseguir aprovação do Congresso para medidas orçamentárias será um elemento fundamental da análise da perspectiva de crédito do Brasil para os próximos dois anos, disse a Moody’s em comunicado de 1º de setembro. Temer, que foi presidente interino enquanto Dilma era julgada, propôs limites de gastos em uma tentativa de reforçar as finanças do Brasil.
“A aprovação das reformas pelo Congresso exigirá consenso político, o que está longe de estar garantido”, disse a Moody’s em seu comunicado.
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