Por Polly Mosendz.
Os livros de história não contarão a geração Y como parte da coalizão que colocou o presidente eleito Donald Trump no poder, já que a maior parte dos eleitores mais jovens apoiou Hillary Clinton. Mas em uma mudança dos padrões de votação anteriores, a geração Y também se inclinou em direção a candidatos de menor expressão neste ano — quase um em cada 10 votou em Jill Stein ou Gary Johnson ou escreveu o nome de seu próprio candidato. A seguir listamos três formas de avaliar os números, com base em uma análise de boca de urna do Centro para Informação e Pesquisa sobre a Aprendizagem e o Engajamento Cívico (Circle, na sigla em inglês).
1. Os democratas receberam os votos da geração Y — menos os dos brancos
Dentro da parcela mais jovem da geração do milênio, de 18 a 29 anos, Trump recebeu 37 por cento dos votos e Hillary, 55 por cento. Os jovens não brancos se mostraram consideravelmente mais propensos a apoiar Hillary em vez de Trump, descobriu o Circle, enquanto os jovens eleitores brancos na verdade apoiaram mais o candidato que saiu vencedor. Trump recebeu 48 por cento dos votos dos brancos na faixa de 18 a 29 anos, enquanto Hillary teve apenas 43 por cento. Contudo, os republicanos se saíram pior no voto geral dos jovens. A eleição teve a quarta menor taxa de participação de eleitores jovens votando em um candidato republicano desde 1972.
2. O surgimento de jovens que votam em outros partidos
Tirando os membros mais velhos da geração Y, os outros eram jovens demais para votar em 2000, última vez em que um candidato de um terceiro partido influenciou o resultado. Neste ano, oito por cento dos eleitores de 18 a 29 anos votaram em candidatos que não eram dos grandes partidos, contra apenas 3 por cento em 2012. “A porcentagem de jovens que apoiam o candidato democrata foi mais baixa do que nas duas eleições do presidente Obama e ficou mais perto do nível atingido por Bill Clinton em sua campanha vitoriosa de 1996”, escreveu Circle.
Os jovens do milênio mostraram um pouco menos de entusiasmo em votar na candidata democrata do que em 2012, quando o presidente Obama recebeu 60 por cento dos votos deles, contra 37 por cento de Mitt Romney. O mesmo total de integrantes da geração Y — 19 por cento — votou em 2016 e em 2012.
3. Não houve muitos jovens votando nos ’swing states’
Os “swing states” sentiram o impacto dos integrantes da geração Y inclinados ao Partido Democrata, mas isso não foi suficiente para dar a vitória a Hillary. Na Flórida, por exemplo, ela recebeu 57 por cento dos votos da faixa entre 18 e 29 anos e Trump recebeu 35 por cento. Na Carolina do Norte, Hillary recebeu 60 por cento dos votos dessa faixa etária e Trump, 36 por cento. Se só a geração Y tivesse votado, Hillary teria vencido a eleição por uma grande diferença, com 473 delegados eleitorais, contra 32 de Trump.
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