Por Kim Bhasin.
“Frozen: Uma Aventura Congelante”, filme da Walt Disney que conta a história de uma rainha da neve começando a lidar com seus poderes glaciais, fez um sucesso impressionante na prateleira das lojas. Anos depois de seu lançamento, as crianças continuam berrando pelas bonecas bonitas, pelas máquinas infantis de caraoquê e por diminutos palácios de gelo. Há jogos de mesa, conjuntos Play-Doh e cadeiras tapeçadas com as estrelas desse filme de animação. Dá até para sentar ao volante de um mini Jeep Wrangler com a marca Frozen que custa US$ 299. Sério mesmo.
É claro que a gigante de mídia adoraria repetir esse sucesso. Em novembro, o CEO da Disney, Bob Iger, disse que espera que o próximo lançamento de animação do estúdio, “Moana: Um Mar de Aventuras”, entre em seu “panteão de sucessos recentes”. Até certo ponto, esse objetivo foi alcançado, porque o filme ficou no topo dos rankings de bilheteria nos dois primeiros fins de semana e arrecadou rapidamente quase US$ 200 milhões em todo o mundo. Ao mesmo tempo, as lojas estão cheias de brinquedos Moana — na maioria, contudo, são bonecas e brinquedos de aventura. Não tem nenhum jipe à vista.
“Há uma quantidade considerável de produtos à venda”, disse Jim Silver, veterano da indústria de brinquedos que administra o site Time to Play. “Mas esse não é nenhum Frozen. Pouquíssimas propriedades são Frozen.”
O sucesso de bilheteria nem sempre significa sucesso para os produtos. Silver menciona “Procurando Nemo”, épico animado da Pixar de 2003 sobre um peixe-palhaço perdido, que arrecadou quase US$ 1 bilhão em cinemas no mundo todo, mais que o dobro do obtido por “Carros” três anos mais tarde. Ele estima que “Carros” tenha tido cerca de 25 vezes as vendas de produtos de “Procurando Nemo”, apesar da diferença de bilheteria.
É simples: para as crianças, carrinhos e pistas de corrida são mais desejáveis que peixes de pelúcia. Considerando que estamos na temporada de compras de fim de ano, talvez os pais devam prestar atenção a isso.
Quando se trata de competir com “Frozen”, parece que Moana não tem o mesmo apelo poderoso que Elsa, a heroína de “Frozen”, com suas músicas de sucesso, a história de amor de sua irmã Ana e os personagens divertidos que rodeiam as duas. Em vez disso, Moana se parece mais com “Valente”, uma história original estrelada por Merida, de cabelos cor de fogo, e por seu arco e flecha. A Moana de Auli’i Cravalho tem um remo e uma canoa para impelir suas aventuras e Maui, seu amigo semideus dublado por Dwayne Johnson, anda por aí com seu gigantesco anzol mágico. Nenhuma dessas coisas se compara a, digamos, uma casa de bonecas que é um castelo de gelo resplandecente. Ninguém realmente esperava que “Moana” competisse com “Frozen”.
Talvez a próxima personagem extremamente vendível da Disney seja apenas uma nova versão de uma antiga heroína. A refilmagem com atores de carne e osso de “A Bela e a Fera”, da Disney, estrelada por Emma Watson no papel de Bela, chegará aos cinemas em março do ano que vem e é uma marca comprovada. A indústria de brinquedos mal pode esperar, disse Silver.
“Tem Bela e a Fera, tem o castelo encantado, a chaleira, o candelabro, o relógio, aquele vestido amarelo”, disse Silver. “Todos estão muito empolgados.”
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