Por Isabella Cota, George Lei e Nacha Cattan
O Banco do México quer fortalecer o peso de suas mínimas históricas, mas está sendo encurralado em um beco sem saída.
Suas recentes vendas de dólar não só impactam pouco no fortalecimento da moeda, como também acabam acontecendo em um momento em que as reservas internacionais estão hesitantes. Com relativamente pouco espaço para esse tipo de intervenção, espera-se que os formuladores de política aumentem as taxas de juros de novo em fevereiro. Mesmo após as cinco altas no ano passado falharem em aumentar o valor do peso e conter as expectativas inflacionárias. Alguns analistas dizem que o México pode, alternativamente, oferecer swaps de dólar ou aumentar sua linha de crédito, e alertam contra o esgotamento das reservas – o que poderia minar a confiança dos investidores e intensificar as vendas do mercado.
“É muito importante que eles mantenham um nível saudável de reservas porque, se o mercado em algum momento perceber que as reservas são insuficientes, isso poderia servir a eles como razão para a fuga de capital”, disse Andrés Jaime, estrategista de câmbio e juros no Barclays em Bangcoc.
Nas últimas duas décadas, à medida que o México se tornou uma potência exportadora, o governo atraiu com sucesso os investidores globais e as reservas internacionais saltaram para um recorde – dando ao país munição extra conta a volatilidade de mercado.
O Goldman Sachs sugere que, se as oscilações de preço continuarem a aumentar no mercado cambial, o banco central pode oferecer swaps de dólar porque eles não impactam diretamente as reservas e oferecem uma proteção de hedge.
Negociar uma extensão da linha de crédito do FMI também pode ser um movimento na direção correta, afirma Jaime. O México tem US$176,5 bilhões em reservas internacionais ou US$260 bilhões no total, se a linha de crédito flexível do FMI for incorporada, de acordo com o BNP Paribas. Isso dá um colchão de US$ 40 bilhões para gastar em intervenções.
Qualquer ação do Banxico que proteja a moeda sem reduzir as reservas fará os investidores agradecer, mas sua confiança não será totalmente restaurada até que o presidente eleito Donald Trump faça algum esclarescimento política comercial, disse Mark Dow, fundador da Dow Global Advisors em Laguna Beach.
“As pessoas estão com medo do que Trump pode fazer ao México e do estilo de negociação que, como tem sido confirmado nos últimos dias, é o de dar socos na cara antes mesmo de você se sentar na mesa”, disse Dow, ex-economista do FMI. Os investidores “estão mais preocupados sobre Trump e quando os socos vão parar, eu acho que isso é o que mais importa”.