Por Jeff Green.
O número de empresas que estão se identificando com a “certificação LGBT” triplicou nos últimos cinco anos porque companhias de grande porte, como Northrop Grumman e Major League Baseball, estão buscando maior diversidade entre seus fornecedores.
Mais de 900 companhias agora fazem parte do programa da National Gay & Lesbian Chamber of Commerce (NGLCC), que certifica que essas empresas pertencem a lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros, de acordo com Justin Nelson, presidente e cofundador do grupo, que divulgou o cálculo nesta quarta-feira. Em 2012, 300 empresas tinham o certificado.
“As corporações dos EUA estão afirmando: ‘Queremos fazer negócios com você – não apesar de você ser LGBT, mas porque você é LGBT’”, disse Nelson. “Vinte anos atrás, bastava patrocinar a parada do orgulho gay. Isso já não é mais suficiente.”
As empresas vêm ampliando suas políticas de diversidade, embora os legisladores dos EUA estejam paralisados em questões como direitos gay e remuneração igualitária. A Apple e o Facebook, que ajudaram grupos LGBT a combater leis estaduais consideradas hostis aos direitos civis desse grupo, também estão inserindo essas prioridades nos requisitos de compra.
A certificação LGBT imita o processo utilizado pelas companhias para certificar que uma empresa pertence a mulheres, a minorias, a veteranos e a outros grupos, disse Nelson. Cinquenta e um por cento da companhia precisam pertencer e serem controlados por um ou mais proprietários LGBT. A NGLCC foi formada em 2002 com parceiros como JPMorgan Chase e American Express, e o programa de certificação foi iniciado em 2004.
Os empresários estão tendo mais facilidade para se rotular como LGBT à medida que mais gente se identifica como parte do grupo e em meio ao crescente reconhecimento de seu amplo poder aquisitivo, que aumentou para US$ 917 bilhões em 2015, de acordo com um estudo anual realizado pela Witeck Communications, com sede em Washington. Cerca de 10 milhões de americanos se identificam como LGBT, em contraste com cerca de 8 milhões em 2012, de acordo com o Pew Research Center.
A Northrop Grumman, que subcontrata cerca de US$ 7,5 bilhões por ano a aproximadamente 9.500 fornecedores, adicionou um grupo de defesa e inclusão de fornecedores LGBT em 2015.
“A Northrop Grumman acredita que criar uma força de trabalho e um ambiente de trabalho que valoriza e incita a inclusão é essencial para promover a inovação e aumentar a produtividade e os lucros”, disse Jaime Bohnke, vice-presidente de cadeia de abastecimento global da Northrop Grumman, em um comunicado. “Apoiar nossos fornecedores LGBT é uma parte importante de nosso compromisso com a diversidade e a inclusão.”
Índice da HRC
Um terço das empresas Fortune 500 agora inclui a propriedade LGBT em programas de compra, de acordo com a NGLCC. A partir deste ano, as companhias que queiram manter uma pontuação perfeita no Índice de Igualdade Corporativa da Human Rights Campaign (HRC) terão que adicionar LGBT em suas compras, disse Nelson. A receita média das companhias LGBT é de cerca de US$ 2,5 milhões. A receita total foi de aproximadamente US$ 1,15 bilhão em 2015.
“As pessoas têm a ideia equivocada de que uma companhia LGBT é um estereótipo gay — você é um floricultor ou um designer, e todas essas empresas são ótimas”, disse Nelson. “Mas temos pessoas trabalhando no setor aeroespacial e temos gente na área de construção e de gestão de resíduos.”
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