Por Justin Bachman.
Ao fazer uma reserva em qualquer voo de uma das três maiores companhias aéreas dos Estados Unidos você não poderá saber se o assento à sua frente terá uma tela. Alguns têm, mas a maioria, não. No longo prazo, talvez nenhum terá.
A proliferação de iPhones, iPads e dispositivos Android, em paralelo com a crescente disponibilidade de wi-fi confiável nos voos, gerou uma profunda mudança em muitas companhias aéreas, que agora consideram que o entretenimento em voos mais curtos é melhor ofertado com tecnologia sem fio, sem os custos ou inconveniências das telas.
Como a maioria das coisas em uma aeronave, o fator determinante é o excesso de peso. Instalar uma tela em cada assento adiciona peso, que queima mais combustível e, por consequência, demanda mais dinheiro. Além disso, as telas tendem a quebrar à medida que as pessoas cutucam e esmurram o equipamento — muitas vezes incomodando o passageiro da frente.
Hoje, a grande novidade para o chamado “in-flight entertainment” (entretenimento a bordo, ou IFE, na sigla em inglês) é o entretenimento em dispositivos pessoais — a capacidade de transmitir programação de TV e filmes para os aparelhos dos passageiros a partir de um servidor da aeronave. Esse tipo de vídeo é normalmente gratuito, embora a United Airlines ainda cobre US$ 7,99 por canais de TV ao vivo em aeronaves equipadas com DirecTV.
“Para os voos domésticos, realmente vejo o setor se inclinando em direção ao ‘streaming’ de IFE”, disse Jason Rabinowitz, diretor de pesquisa do setor aéreo da Routehappy, uma empresa com sede em Nova York que monitora amenidades oferecidas pelas empresas do segmento. “A instalação é barata para as companhias aéreas, não há fiação, nenhuma penalidade de peso. Esses sistemas podem ser instalados praticamente de um dia para o outro, e os custos para manter essas coisas são praticamente nulos.”
A Southwest Airlines instalou conteúdo de streaming em 2009 e nunca comprou um assento com tela de vídeo. “O que realmente queríamos fazer era ficar longe do assento com tela, mesmo naquela época”, disse Tara Bamburg, gerente de mobilidade, entretenimento a bordo e wi-fi da Southwest. “Previmos, como qualquer um poderia ter previsto, que os clientes continuarão viajando com seus dispositivos.”
A American Airlines Group, maior companhia aérea dos EUA, surpreendeu a muitos no setor quando recentemente decidiu dispensar telas de vídeo em 100 novas aeronaves Boeing 737 Max. A American disse que mais de 90 por cento de seus clientes levam um dispositivo quando viajam, por isso fazia sentido. Os novos aviões Max 737 da American serão entregues ainda neste ano, quando a Southwest também começa a operar voos com o mesmo modelo. A American também deu pistas de que sua futura aeronave de corredor único não terá telas de vídeo, embora tenha 40 aviões dos modelos Airbus A321 e 737 já no forno que ainda terão esse recurso.
E, antes que você pergunte, sim: as companhias aéreas também correm contra o tempo para instalar tomadas em cada assento. A American disse que metade de suas aeronaves domésticas estarão equipadas até o fim do ano que vem, e mais de 85 por cento dos aviões terão tomadas até 2021. O recurso será essencial, já que as pessoas passam cada vez mais tempo surfando na internet, assistindo a filmes ou ambos — seja no mesmo dispositivo ou em vários. Esse tipo de comportamento terrestre está rapidamente migrando para as aeronaves, disse Jamie Perry, vice-presidente de marketing da JetBlue.
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