Por Mark Gurman.
Tim Cook elogiou diversas tecnologias desde que se tornou CEO da Apple, em 2011. Veículos autônomos. Inteligência artificial. Televisão por streaming. Mas nenhuma tecnologia o deixou tão entusiasmado quanto a realidade aumentada, que sobrepõe imagens, vídeos e jogos ao mundo real. Cook comparou o potencial revolucionário da RA ao do smartphone. Em algum momento, disse ele no ano passado, todos nós “teremos experiências de RA todos os dias, será quase como fazer três refeições diárias. Ela se tornará uma parte muito grande de sua vida.”
Investidores impacientes para o próximo avanço da Apple ficarão felizes por saber que Cook está levando a RA muito a sério. Pessoas a par dos planos da companhia afirmam que a Apple embarcou em uma aposta ambiciosa para levar essa tecnologia às massas — uma iniciativa que Cook e sua equipe consideram o melhor caminho para que a companhia consiga dominar a próxima geração de aparelhos e manter as pessoas fiéis a seu ecossistema.
A Apple montou uma equipe que combina a força de seus veteranos de hardware e software com os conhecimentos de talentosos profissionais de fora, disseram as pessoas que pediram anonimato ao falar sobre estratégias internas. Dirigido por um ex-executivo da Dolby Laboratories, o grupo inclui engenheiros que trabalharam nos headsets de realidade virtual Oculus e HoloLens, vendidos por Facebook e Microsoft, e também gênios dos efeitos visuais de Hollywood. Além disso, a Apple adquiriu diversas firmas de pequeno porte com conhecimento em hardware de RA, jogos 3D e software de realidade virtual.
Como informado anteriormente pela Bloomberg, a Apple está trabalhando em diversos produtos de RA, como óculos digitais que poderiam se conectar remotamente a um iPhone e transmitir conteúdos — filmes, mapas e muito mais — ao usuário. Embora falte muito tempo para que esses óculos fiquem prontos, recursos de RA poderiam aparecer no iPhone mais cedo. A Apple preferiu não comentar.
Este é um bom momento para a Apple incursionar pela realidade aumentada. O mercado mundial para produtos de RA crescerá 80 por cento até 2024, para US$ 165 bilhões, de acordo com a empresa de pesquisa Global Market Insights. Mas, na verdade, a Apple não tem outra opção, disse Gene Munster, sócio fundador da Loup Ventures que cobriu a companhia durante vários anos como analista. Com o tempo, segundo Munster, os aparelhos de RA vão substituir o iPhone. “Trata-se de algo que eles precisam fazer para continuar crescendo”, disse ele, “e se defender da mudança na forma em que as pessoas usam hardware”.
A realidade aumentada é uma prima menos famosa da realidade virtual. A RV chama mais atenção porque envolve completamente os usuários em um mundo artificial e tem um apelo óbvio para quem gosta de videogames. Até o momento, no entanto, headsets como Oculus e HoloLens são produtos de nicho, não do mercado massivo. A Apple acredita que será mais fácil vender a RA porque esta tecnologia é menos invasiva. Referindo-se aos headsets de RV, Cook disse no ano passado que achava que poucas pessoas iam querer se “fechar em algo”.
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