Por Adam Williams.
Uma exploradora de petróleo pouco conhecida e financiada por grandes empresas de private equity virou o assunto do momento na disputa pelas riquezas petrolíferas do México após superar rivais maiores com uma descoberta importante. E ela quer mais.
Dois anos atrás, a Talos Energy superou as ofertas da norueguesa Statoil e da italiana Eni no primeiro leilão de áreas de exploração do México após mais de 70 anos de monopólio estatal. Agora, tem à disposição uma reserva de 2 bilhões de barris Golfo do México juntamente com as parceiras Premier Oil e Sierra Oil & Gas.
Mas a empresa de exploração criada por Riverstone Holdings e Apollo Global Management não vai parar por aí. O plano é continuar apresentando propostas por mais áreas, segundo o CEO da Talos, Tim Duncan, de 44 anos.
“Não acredito que o governo, quando pensou nas reformas do setor energético e nas empresas que viriam aqui e ganhariam as licitações, tenha cogitado uma empresa do nosso tamanho”, disse Duncan, em entrevista, no escritório da Bloomberg na Cidade do México. “É bom ter uma empresa jovem, com fome e em crescimento desenvolvendo esses recursos.”
Desde a decisão histórica do México de permitir que outras empresas de exploração além da Petróleos Mexicanos realizassem perfurações em busca de petróleo, a Talos apresentou ofertas por sete áreas e ganhou duas em julho de 2015. A empresa de exploração planeja passar o resto do ano desenvolvendo a descoberta de Zama, anunciada neste mês, e voltará às perfurações em 2018. Isso poderia ocorrer em outras áreas dentre os mais de 64.000 hectares para os quais a empresa ganhou direito até o momento nas águas rasas do México, ou em novos empreendimentos.
“Nós podemos ser operadora, podemos ser parceira financeira, pensamos em diferentes maneiras de ter sucesso nesse espaço”, disse Duncan, que cresceu em torno da indústria do petróleo em lugares como Texas e Egito, onde seu pai trabalhou como engenheiro em projetos de desenvolvimento do setor de petróleo.
Liderando a corrida
Zama é um dos 15 maiores campos de águas rasas descobertos em todo o mundo nos últimos 20 anos, segundo Pablo Medina, analista sênior de perfuração e extração na América Latina da Wood Mackenzie. A Eni, que anunciou uma descoberta de petróleo em março sob um poço preexistente nas águas rasas do México, afirmou neste mês que a descoberta contém o equivalente a 1 bilhão de barris.
Em 2012, a Pemex encontrou 400 milhões de barris em um poço na bacia de El Perdido, no Golfo do México, e estimou que a área como um todo poderia conter mais de 10 bilhões de barris em reservas potenciais. Após poucas outras descobertas na área, a produtora, com problemas financeiros, ainda não conseguiu transformar a promessa em produção e busca parceiros para ajudá-la a desenvolver a área.
A Talos, que registrou quase US$ 500 milhões em receita no ano passado e ampliou sua equipe para mais de 200 funcionários em cinco anos, está “fazendo planos a longo prazo” no México, disse Duncan. O tamanho da descoberta de Zama oferece à empresa, que tem sede em Houston, uma base para desenvolvimento do entorno que durará décadas, disse ele.
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