Por Cristiane Lucchesi e Felipe Marques.
Itaú BBA, Bradesco BBI e Santander Brasil ficaram com a maior fatia das comissões de banco de investimento este ano até 22 de agosto, de acordo com dados da Dealogic.
Os dados representam uma mudança em relação aos últimos anos, quando bancos que não tinham uma grande carteira de crédito, como Credit Suisse e BTG Pactual, figuravam nas primeiras posições.
O total de comissões de banco de investimento cresceu 24%, para US$ 389,1 milhões, com aumento do volume de fusões e aquisições e de emissão de ações e dívida. A maior parte do volume de negócios deste ano vem de companhias envolvidas em algum escândalo ou das que estão com alto nível de alavancagem e precisam levantar recursos.
A J&F Investimentos, holding que precisa pagar multas em acordos de leniência, vendeu a Vigor por R$ 5,73 bilhões e a Alpargatas por R$ 3,5 bilhões, em duas das maiores transações do ano. O Bradesco, um dos maiores credores da companhia, assessorou-a nas duas transações.
“Hoje, o mercado de fusões e aquisições no Brasil é essencialmente dominado por vendedores; você tem um conjunto de companhias envolvidas em escândalos ou que estão em situação de estrutura de capital mal revolvida, e que portanto precisam fazer uma venda,” disse Renato Ejnisman, diretor do Bradesco BBI, em entrevista.
“Essas empresas geralmente têm um relacionamento muito forte com os grandes bancos locais”, disse.
“Em muitos casos, as empresas precisam fazer uma venda que não pode ser feita no tempo usual de M&A, precisa ser mais rápida, vai ter um tipo de negociação, ou diligência adicional, o que acaba fazendo com que você, como banco de investimento, tenha capacidade de agregar mais valor. E o tamanho das comissões está sempre ligado à sua capacidade de agregar valor,” disse Ejnisman.
Entre em contato conosco e assine nosso serviço Bloomberg Professional.