Por Matthew Boyle e Lindsey Rupp.
O fim de semana da Black Friday já não leva multidões de consumidores aos shoppings nos EUA. Mas ainda serve como um indicador da saúde do varejo no momento em que o setor entra na temporada de fim de ano, que é fundamental.
O prognóstico deste ano é que os consumidores parecem dispostos a gastar mais, mas isso não está beneficiando todos os varejistas do mesmo modo. Mesmo com grandes descontos, as lojas tradicionais não conseguiram aumentar o tráfego de clientes na Black Friday. Cada vez mais, as compras são feitas pela internet, e os aparelhos móveis estão se tornando o meio preferencial para o comércio.
Passado o fim de semana prolongado — incluindo a Cyber Monday —, os varejistas pretendem aplicar o aprendido às quatro semanas restantes até o Natal. A seguir, as principais lições.
Os consumidores estão gastando
Projeta-se que o gasto total das férias crescerá cerca de 4 por cento neste ano — assim como aconteceu em 2016 —, mas a alegria do feriado contagiou alguns consumidores com uma vingança. Quase um quarto dos consumidores gastou “muito mais” no fim de semana da Black Friday.
Os membros mais velhos da geração Y — grupo com idade entre 25 e 34 anos — foi especialmente profissional durante o fim de semana. Eles gastaram cerca de 25 por cento mais que o comprador médio.
Mas boa parte desse dinheiro é gasto pela internet…
As vendas do comércio eletrônico aumentaram cerca de 17 por cento nesta temporada, de acordo com a Adobe Systems. Os comerciantes on-line obtiveram um recorde de US$ 6,59 bilhões só na Cyber Monday, concluiu a empresa.
Comprar pelo telefone está se tornando normal.
O crescente número de membros do Amazon Prime mostra que a gigante da internet está tendo mais controle sobre os americanos. Mulheres, consumidores mais velhos e de baixa renda contribuíram para o avanço do serviço, que oferece frete gratuito e outros benefícios.
…enquanto as redes tradicionais sofrem
Em termos de atrair clientes, as lojas físicas tiveram mais uma Black Friday decepcionante. Alguns shoppings tiveram um tráfego decente, mas o total geral caiu pelo segundo ano consecutivo.
E todos — na internet ou não — estão dando descontos
Este deveria ter sido o ano em que marcas como Ralph Lauren e Michael Kors dependeriam menos dos descontos para movimentar mercadorias. No entanto, até agora o setor parece tão dependente dos descontos como antes.
Quase metade das roupas vendidas pela internet durante o feriado teve um desconto médio de 46 por cento, de acordo com a empresa de pesquisa Edited.
Na Cyber Monday, os comerciantes também dependeram mais fortemente das promoções de frete gratuito. Cada vez mais os consumidores buscam essas ofertas, mas elas consomem muito das margens de lucro.
Considerando as forças contrárias no setor atualmente — cargas de dívida pesadas, shoppings moribundos, mudanças rápidas nas preferências dos consumidores —, muitas empresas em dificuldades poderiam cair ainda mais durante a temporada de fim de ano.
Todos esses fatores contribuem para a maior lição aqui: o varejo continuará transtornado.
“Tudo isso fala dessa evolução contínua do setor”, disse o CEO da NRF, Matthew Shay, em uma teleconferência na terça-feira. “No entanto, isso não significa que o varejo desaparecerá.”
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