Por Aline Oyamada com a colaboração de Vinícius Andrade e Carlos Torres.
A disparada das ações de mercados emergentes neste ano colocou esta classe de ativos bem perto de igualar seu desempenho ao exibido pelas moedas de países em desenvolvimento.
O desempenho relativo dos índices da MSCI desde o início de 2007 — antes da crise financeira — mostra que as ações só estão 5 pontos percentuais atrás das moedas. A diferença chegava a 30 pontos no começo de 2016.
Tanto as ações quanto as moedas desses países caminham para o melhor ano desde 2009, mas o ganho nas bolsas é quase o triplo do observado para as moedas.
“As ações de mercados emergentes têm respondido bem mais à retomada do crescimento global que as moedas, que estão mais ligadas ao temor da normalização monetária do Fed,” disse Rodrigo Borges, chefe de renda fixa na Franklin Templeton Investments Brasil.
As ações superaram as moedas em mais de 20 pontos percentuais em 2007, mas caíram seis vezes mais no ano seguinte, em meio à crise financeira. As ações reduziram a desvantagem em relação às moedas entre 2009 e 2010. A diferença se alargou em 2015 e começou a diminuir no início de 2016.
O MSCI Emerging Markets Index avançou 23 por cento desde o fim de 2006, enquanto o MSCI Emerging Market Currency Index subiu 28 por cento. O quadro é diferente quando se inclui dividendos, uma vez que as ações deram retorno de 64 por cento no período.
Temores de que a alta de juros nos EUA possa reduzir o apetite dos investidores por ativos de maior rendimento aumentaram a correlação negativa entre moedas de mercados emergentes e o rendimento dos títulos do Tesouro americano – quando um sobe, o outro costuma cair. A correlação chegou a um recorde de -0,67 por cento no início de novembro. Já a correlação entre o rendimento dos títulos do Tesouro americano e as cotações das ações de mercados emergentes é bem menor, em -0,16 por cento.
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