Por Michelle Jamrisko.
Xangai substituirá Paris no grupo das cinco maiores economias municipais em 2035 em um sinal de que o equilíbrio da economia mundial está mudando para o Oriente, segundo estudo da Oxford Economics.
As 780 maiores cidades do mundo, que já produzem quase 60 por cento da atividade global, ganharão quase meio bilhão de pessoas e US$ 32 trilhões em produção nas próximas duas décadas, aproximadamente, escreveu Mark Britton, economista da Oxford Economics, em nota técnica publicada nesta semana.
Os impressionantes números globais mascaram disparidades significativas entre as cidades estudadas, escreveu Britton. Entre as grandes vencedoras está a Ásia emergente, e outras três cidades chinesas entraram para o top 10: Pequim, Guangzhou (Cantão) e Tianjin.
“O centro urbano do mundo continuará se transferindo para o Oriente, em particular porque o crescimento em várias cidades ocidentais provavelmente será limitado pelo envelhecimento e, em alguns casos, pelo declínio populacional”, escreveu Britton.
A mudança no equilíbrio de poder é evidenciada pela projeção de que a produção combinada das cidades asiáticas ultrapassará a produção dos centros urbanos da Europa e da América do Norte dentro de cerca de uma década, segundo Britton. Há uma década, as cidades ocidentais somavam o dobro do PIB agregado das asiáticas.
As cidades asiáticas não chinesas também registrarão um crescimento impressionante e lugares como Mumbai e Kuala Lumpur somarão US$ 4,7 trilhões em PIB até 2035. Mas a força urbana da China aumentará cerca de US$ 14 trilhões no período e 15 cidades chinesas entrarão no ranking das 100 maiores, somando-se às 18 que já estão na lista.
As estimativas são baseadas em preços e taxas de câmbio constantes de 2015.
Duas cidades da América Latina — Santiago e Rio de Janeiro — deixarão o ranking das 100 maiores e embora o Oriente Médio pareça estar tendo uma melhora gradual, as cidades da região poderiam ganhar impulso se fossem implementados planos de desenvolvimento como os que a Arábia Saudita implementou. Haverá uma rápida urbanização nos países africanos, mas demorará para que isso se traduza em grandes ganhos econômicos, estima Britton.
Esse desafio para as autoridades — usar as populações para estimular a economia — pode fazer a diferença nessas cidades, para bem ou para mal, alertou Britton.
“O rápido crescimento populacional das cidades emergentes requer um gerenciamento considerável para garantir que a infraestrutura possa acomodar mais pessoas”, escreveu. “Isso inclui a oferta de habitação adequada, redes de serviços de apoio e transporte e o desenvolvimento e manutenção da cidade como um lugar atraente para morar e trabalhar.”
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