Por Cristiane Lucchesi e Jonathan Levin.
Bancos brasileiros, se beneficiando da familiaridade com a América Latina, estão vendo oportunidade de competir com rivais como UBS e Morgan Stanley por cerca de US$ 200 bilhões em fortunas que vieram à luz recentemente em programas de anistia fiscal no Brasil, Argentina, Colômbia, México e Chile.
A maior parte desses ativos está alocada fora da América Latina, em centros de gestão de fortunas como Miami.
O sucesso de programas de anistia fiscal cria espaço para “roubar market share de competidores mais tradicionais”, disse Rogério Pessoa, responsável pela área de wealth management do BTG Pactual.
O Itaú Unibanco pretende ser o líder em private banking fora do Brasil para brasileiros em cinco anos, disse Carlos Constantini, chefe de private banking internacional e presidente do Itaú nos EUA.
“Pretendemos crescer agressivamente nos EUA e na Suíça, com foco quase que exclusivamente nos latino-americanos de países onde temos presença local”, disse ele.
O Itaú administra US$ 20 bilhões para brasileiros fora do Brasil, ficando em terceiro lugar no ranking, atrás de JPMorgan Chase, com US$ 28 bilhões, e Banco Safra, com US$ 25 bilhões, segundo duas pessoas com conhecimento dos dados que pediram anonimato porque os números não são públicos.
O UBS, maior do mundo em gerenciamento de recursos, administra cerca de US$ 13 bilhões, segundo as pessoas.
“Presença local nos ajuda a conhecer os clientes locais, as leis locais”, disse Carlos Albertotti, chefe de vendas do private banking internacional do Itaú.
“Podemos ser mais rápidos e ao mesmo tempo diligentes em abrir contas porque os clientes já chegam com referência do Brasil”.
O Banco do Brasil está abrindo um novo escritório em Miami para sua corretora, com espaço para crescimento do time, disse Daniel Maria, responsável pela BB Securities.
Dos R$ 85 bilhões em wealth management do BTG, 15% estão fora da América Latina, segundo Pessoa.
O BTG quer atingir R$ 90 bilhões até o fim do ano e crescer 20% em 2018.
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