Por Alex Nussbaum, David Stringer e Thomas Biesheuvel.
Para acelerar a venda de sua unidade de xisto nos EUA, a BHP Billiton se prepara para oferecer os ativos em até sete pacotes, incluindo três na valiosa bacia do Permiano, segundo pessoas informadas sobre os planos da produtora.
A maior mineradora do mundo continua preferindo a venda do portfólio para um único comprador, disseram as pessoas. A empresa com sede em Melbourne avalia os ativos em US$ 10 bilhões ou mais, embora também possa considerar uma troca de ativos onshore dos EUA por poços offshore no Golfo do México, segundo essas pessoas, que pediram anonimato porque os detalhes são privados.
A BHP está colocando sua coleção de áreas de xisto à venda em um momento fortuito. Os preços do petróleo finalmente estão melhorando após três anos de queda e o presidente Donald Trump tomou a decisão de eliminar regulações e impostos aplicados à indústria de petróleo dos EUA.
“A BHP está vendendo ativos em um momento razoável e pode acabar alcançando um preço minimamente justo”, disse Peter O’Connor, analista da Shaw and Partners em Sidney, em nota, na quarta-feira. Um preço de venda próximo a US$ 10 bilhões poderia estimular retornos maiores para os acionistas, disse.
Quatro áreas
A BHP possui ativos em quatro regiões de xisto dos EUA. Isso inclui 33.500 hectares na bacia do Permiano, a bacia de xisto mais produtiva e lucrativa do país, na parte oeste do Texas e no Novo México. Inclui também terras na formação Eagle Ford, no sul do Texas, e nas regiões ricas em gás natural de Fayetteville e Haynesville, nos estados de Louisiana e Arkansas.
A BHP preferiu não comentar. A produtora avançava 0,7 por cento às 10h24 desta quinta-feira nas negociações em Sidney, para 30,395 dólares australianos, estendendo os ganhos deste ano a cerca de 3 por cento.
As salas de informação (data rooms) que permitirão que os possíveis compradores analisem dados sobre os ativos podem ser abertas até o fim de março, informou a produtora em janeiro. A decisão de preparar pacotes separados de ativos é um reconhecimento da possível dificuldade de encontrar um único comprador para o leque diversificado de ativos da BHP.
A controversa aquisição dos ativos de xisto pela BHP em 2011, por US$ 20 bilhões, virou foco de dissidência dos investidores devido aos erros de gestão e foi destacada em uma campanha ativista lançada publicamente no ano passado pela Elliott Management, com sede em Nova York.
A BHP continua estudando alternativas, incluindo uma oferta pública inicial da unidade de xisto, mas a venda do negócio continua sendo o caminho mais provável, disse o CEO Andrew Mackenzie a investidores, em Melbourne, em novembro. A empresa tentará deixar o negócio “dentro de dois anos e, preferivelmente, em menos tempo ainda”, disse.
Uma possível opção avaliada pela BHP incluiria pacotes separados para as áreas de Haynesville e Fayetteville, a venda focada nos poços de petróleo de Eagle Ford e outra nos poços de gás natural e condensado. Há também três pacotes separados da bacia do Permiano — um de poços de petróleo e gás, um de infraestrutura de “midstream” como pipelines e instalações de processamento e um terceiro de participações em operações administradas por outras empresas.
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