Por Piotr Skolimowski.
A experiência do Banco Central Europeu com a política monetária não convencional pode ser uma prévia do que virá com o envelhecimento populacional.
O crescimento mais lento da população em idade ativa e o aumento da expectativa de vida talvez signifiquem que o nível de juros necessário para manter a inflação estável pode ser baixo por um período prolongado, de acordo com estudo divulgado pelo BCE na terça-feira.
“Com uma meta de inflação inalterada, a política monetária provavelmente enfrentará desafios com o limite inferior dos juros nominais com mais frequência”, afirmou o artigo, publicado no boletim mensal da instituição. “Isso naturalmente significaria que outras ferramentas de política monetária, como projeção futura e medidas fora do padrão, precisariam complementar o canal convencional de juros com mais frequência do que no passado.”
Esse cenário também poderia levar ao uso mais recorrente de ferramentas macroprudenciais – como restrições à concessão de empréstimos – para conter os riscos à estabilidade financeira, segundo o estudo.
O envelhecimento também deve afetar o principal objetivo das autoridades monetárias: a inflação. Os padrões de consumo dos idosos são diferentes dos hábitos dos jovens, com gastos mais concentrados em serviços como saúde e habitação.
O impacto será sentido ao longo de décadas e não de poucos anos, mas os governos devem aproveitar o tempo de sobra para acelerar as reformas dos sistemas de previdência, de acordo com o estudo, que destacou que esses esforços perderam vigor recentemente.
A elevação da idade de aposentadoria pode ampliar a oferta de mão de obra e o crescimento econômico. A redução de benefícios ou o aumento das contribuições teriam efeitos menos favoráveis sobre a economia, segundo a pesquisa.
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