Por Ezra Fieser
A empresa Interconexión Eléctrica, da Colômbia, está estudando fazer uma oferta para uma participação na maior empresa de transmissão de eletricidade da Argentina.
A empresa com sede em Medellín quer expandir os investimentos na América do Sul, embora a recente reviravolta na Argentina a faça refletir, disse o CEO Bernardo Vargas Gibsone em entrevista por telefone. O governo argentino planeja vender sua participação indireta de 26 por cento na Cía de Transporte de Energía Eléctrica de Alta Tensión Transener, conhecida como Transener, proprietária da rede de transmissão de energia de alta tensão do país.
“A Argentina é um país interessante para qualquer empresa que queira trabalhar com infraestrutura”, disse Vargas. “Para uma empresa como a nossa, que aposta no longo prazo, se for para entrar na Argentina, é melhor se sentir seguro. E isso é algo em que ainda estamos trabalhando.”
A ISA apresentou o melhor desempenho no índice Colcap da Colômbia nos últimos três anos com retornos de mais de quatro vezes o índice. Vargas, que assumiu o cargo de CEO em 2015, disse que as ações têm se beneficiado porque os investidores as consideram um refúgio seguro durante quedas, graças às garantias de seus contratos de energia de longo prazo com governos.
A empresa tem seis recomendações de manter e nenhuma de compra ou venda, segundo dados compilados pela Bloomberg. Há um ano, tinha uma recomendação de compra, três de manter e duas de venda.
A ISA, controlada pelo governo colombiano, contratou assessores para avaliar a perspectiva de longo prazo da Argentina, que foi abalada por fortes quedas da moeda e das ações, disse ele. A empresa já possui ativos da América Central até o Chile, com participações em transmissão de energia elétrica, concessões rodoviárias e empresas de telecomunicações, e tem US$ 4 bilhões em investimentos planejados até 2022, disse ele.
O Grupo Energía Bogotá, propriedade da cidade de Bogotá, e a estatal China Southern Power Grid, também foram relacionadas a possíveis ofertas para a Transener, disseram pessoas a par da situação, que pediram anonimato porque as discussões são privadas. No mês passado, o governo contratou a PricewaterhouseCoopers, que começará a aceitar ofertas não-vinculativas já em julho.
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