Por Netty Idayu Ismail e Filipe Pacheco.
Se a história servir de orientação, os mercados emergentes estão entrando em um mês nada promissor.
As moedas se desvalorizaram em sete dos últimos 10 meses de agosto, quando muitos participantes do mercado saem de férias no verão do Hemisfério Norte. Como a capacidade de comprar e vender ativos diminui com o baixo volume de negociação, choques de mercado podem gerar oscilações de preço exageradas.
“Em qualquer mercado ou série temporal há fatores sazonais polarizadores que muitas vezes podem se autoperpetuar”, disse Paul Greer, gerente financeiro em Londres da Fidelity International, que administra cerca de US$ 430 bilhões. “Nos mercados emergentes, historicamente agosto tem sido um mês ruim ao longo dos anos, com vários eventos pontuais grandes.”
Entre esses eventos estão a desvalorização do yuan pela China, em 2015, e o rebaixamento da dívida dos EUA pela S&P Global Ratings, em 2011. Desta vez, os mercados estão vulneráveis ao potencial de um Federal Reserve mais hawkish, às tensões comerciais globais e a ameaças específicas em países como Turquia e China.
Em julho, os traders de opções mostraram o maior pessimismo em relação à lira desde 2016 em meio à crescente preocupação com a capacidade do banco central de estabelecer políticas sem a interferência do presidente Recep Tayyip Erdogan. E o Goldman Sachs Asset Management, que administra mais de US$ 1 trilhão em ativos, anunciou em nota de 27 de julho que se mantém underweight para o yuan em relação ao dólar, já que o banco central da China não interveio para conter o enfraquecimento da moeda, o que denota uma mudança de postura em relação a períodos anteriores de depreciação.
“Muitos juniores nervosos que comandam as mesas enquanto os mais experientes estão fora ficam assustados com as manchetes”, disse Edwin Gutiérrez, diretor de dívida soberana de mercados emergentes da Aberdeen Standard Investments em Londres.
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