A empresa não tem dívidas com vencimento neste ano após emitir R$ 1,5 bilhão em debêntures. Seu banco também emitiu R$ 700 milhões em letras financeiras, disse Durchon. O Carrefour Brasil reduziu a dívida pela metade e cortou os custos financeiros em 74 por cento desde sua oferta pública inicial, no ano passado.
“Nossa política estratégica foi fazer um refinanciamento grande, aproveitando o juro baixo, para evitar a volatilidade no segundo semestre”, disse Durchon.
A empresa abriu o capital em 19 de julho de 2017 e as ações caíram cerca de 15 por cento desde o pico, em 21 de setembro. A receita com vendas em supermercados e hipermercados aumentou 1,5 por cento no período de 12 meses até junho, cerca de um quarto do nível do período anterior, segundo o IBGE. Ainda assim, o Carrefour está otimista.
“Nossos resultados no Brasil são bons, temos caixa e um bom ritmo de crescimento”, disse o presidente do Carrefour Brasil, Noël Frédéric Georges Prioux, na mesma entrevista.
As vendas líquidas do Carrefour subiram 5,3 por cento nos seis primeiros meses do ano, indicando que o grupo ganhou participação de mercado. A empresa controla cerca de 15 por cento do mercado de supermercados do Brasil, disse. A unidade brasileira já representa mais da metade dos resultados operacionais do grupo e não sofreu corte nos investimentos no contexto das iniciativas da empresa controladora para frear os custos em todo o mundo, disse Prioux.
Uma coisa é certa: é pouco provável que o Carrefour Brasil, assim como seus pares, escape completamente incólume do cenário atual, por mais cauteloso que seja. A empresa não faz hedging de seus resultados porque os custos são altos demais — como consequência, o lucro derivado do Brasil encolhe no balanço patrimonial da empresa controladora francesa toda vez que a moeda local perde valor. Até esta altura do ano, o real perdeu 10 por cento em relação ao euro, a maior queda entre as principais moedas.
“A taxa de câmbio é o mais difícil para nós”, disse Prioux.
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