Por Vinícius Andrade.
A cacofonia de incerteza política e econômica na América Latina pode reduzir o vento de cauda para as ações na região.
“Há o ruído da reforma no Brasil, do crescimento no México e um ruído adicional na Argentina”, disse David Beker, estrategista para ações da América Latina do Bank of America Merrill Lynch. “O ambiente externo pode eventualmente ajudar a região, mas, localmente, parece que não há gatilho positivo no curto prazo”, disse Beker em uma entrevista.
A perspectiva de desaceleração adicional da economia no México levou estrategistas, incluindo os do Citigroup, a reduzir suas perspectivas para lucros corporativos. Os investidores brasileiros esperam uma maior volatilidade à medida que o presidente do país busca aprovar a reforma da Previdência. Até agora, o governo não possui os 308 votos necessários para obter a aprovação da Câmara. E a incerteza relacionada à eleição presidencial na Argentina em outubro pode provocar mais cautela.
O Bank of America Merrill Lynch manteve sua única recomendação overweight na região para as ações brasileiras, mas ficou um pouco mais defensivo. Acrescentou ao seu portfólio mais nomes de exportadores, que se beneficiam de um real mais fraco. “Nós tiramos nosso pé do acelerador”, disse Beker. Ainda assim, ele vê o índice Ibovespa encerrando 2019 em 120.000 pontos – cerca de 23% acima dos níveis atuais – ajudado pelo crescimento dos lucros corporativos e pela aprovação da reforma da Previdência.
O BofAML tem uma recomendação market-weight para Chile e Peru e está underweight em Colômbia e México. “Valuation se tornou mais atraente no México, mas o fluxo de notícias não está ajudando muito”, disse Beker.
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