Por Cristiane Lucchesi e Felipe Marques.
O Itaú Unibanco desistiu de assessorar a venda da Liquigás, subsidiária da Petrobras, para evitar um possível conflito de interesses com a Itaúsa, um dos seus maiores acionistas, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
O banco, que tinha sido contratado para vender a Liquigás, desistiu para deixar espaço aberto para que a Itaúsa possa fazer uma oferta pela empresa, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões não são públicas. Com a saída do Itaú, a Petrobras contratou o Banco Santander para assessorar a venda de sua subsidiária e o processo provavelmente começará em abril, segundo as pessoas.
Itaúsa, Itaú e Santander não quiseram comentar. A Petrobras não respondeu a um email pedindo comentários.
A Itaúsa está “olhando todas as privatizações da Petrobras”, disse o presidente Alfredo Setubal em uma teleconferência em fevereiro, acrescentando que espera fazer uma aquisição este ano. A Itaúsa também está entre os interessados na rede de gasodutos TAG, da Petrobras, junto com o Canada Pension Plan Investment Board e o GIC.
Os acionistas da Petrobras aprovaram a venda da Liquigás por R$ 2,67 bilhões para a Ultrapar Participações em janeiro de 2017, em uma transação assessorada pelo Itaú. Mas o Cade rejeitou o negócio em fevereiro de 2018, citando preocupação com o impacto sobre a competitividade do mercado brasileiro.
Para o novo processo de venda, a Petrobras criou uma regra que impede que o assessor do negócio tenha qualquer tipo de relacionamento com um interessado na compra da empresa, disseram as pessoas.
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