Por Aline Oyamada.
O pessimismo dos investidores com a perspectiva para a reforma da Previdência nos últimos dias está exagerado e o dólar vai cair bastante até o fim do ano. Esta é a aposta de uma das profissionais que mais acerta projeções para a moeda brasileira.
A taxa de câmbio vai voltar para a faixa de R$ 3,6 até o final de dezembro com a aprovação da reforma pelo Congresso e com o movimento geral de depreciação da moeda americana, disse You-Na Park, do Commerzbank. Segundo os rankings da Bloomberg, ela foi uma das especialistas que mais acertou previsões para o real no segundo, terceiro e quarto trimestres do ano passado.
Com a tensão entre o presidente Jair Bolsonaro e aliados em meio aos esforços para conter os gastos previdenciários, o dólar subiu 3% na quarta-feira, caindo um pouco nesta quinta. As preocupações se agravaram após o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizer que não tem apego ao cargo, quando indagado se permaneceria no governo caso reforma não fosse aprovada.
“Ainda estamos em um estágio inicial do processo”, disse Park, de Frankfurt. “A maioria dos políticos aparentemente quer reformar o sistema ou pelo menos entende que isso é absolutamente necessário.”
A estrategista não vê motivo para o dólar estar acima da marca psicológica de R$ 4 atingida ontem, mas acha que o dólar pode testar esse nível na medida em que a turbulência política intensificar incertezas. No entanto, para o dólar permanecer acima desse patamar, o fracasso da reforma precisaria estar embutido na cotação e isso ainda não aconteceu. Na visão de Park, os investidores estão dispostos a aceitar atrasos na aprovação da reforma.
“É preciso algo que vire o jogo para o real sofrer pressão significativa”, disse ela. “Mas este não é o nosso cenário base.”A estrategista não vê motivo para o dólar estar acima da marca psicológica de R$ 4 atingida ontem, mas acha que o dólar pode testar esse nível na medida em que a turbulência política intensificar incertezas. No entanto, para o dólar permanecer acima desse patamar, o fracasso da reforma precisaria estar embutido na cotação e isso ainda não aconteceu. Na visão de Park, os investidores estão dispostos a aceitar atrasos na aprovação da reforma.
“É preciso algo que vire o jogo para o real sofrer pressão significativa”, disse ela. “Mas este não é o nosso cenário base.”