Por Rachel Gamarski e Vinícius Andrade.
O ritmo lento da economia brasileira fez a Gauss Capital revisar para baixo sua projeção para crescimento do PIB deste ano para 1,6 por cento. A casa também cortou sua projeção para a Selic de 6,5 por cento para 6 por cento.
Agora, a Gauss prevê dois cortes de 0,25 ponto percentual da taxa de juros, em setembro e em outubro. A gestora vê espaço para a Selic cair a partir da aprovação da reforma da Previdência na comissão especial. “Isso deve ser feito de forma ordenada e bem sinalizada pelo Banco Central”, disse a economista-chefe da Gauss Capital Gabriela Fernandes, em entrevista à Bloomberg.
Entre as explicações para o PIB mais fraco estão o impacto do carregamento de 2018 e um efeito maior do que o esperado do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. A Gauss chegou a projetar um crescimento de 2,5% no começo do ano, mas já havia cortado a estimativa para 1,9% mais recentemente.
No campo político, a expectativa é de que, enquanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, estiver à frente da casa, a agenda econômica continue andando. Entre os pontos de maior atenção da Gauss no curto prazo estão três medidas provisórias: saneamento básico, reestruturação ministerial e a que combate fraudes no INSS. “Uma dessas MPs caducando é um péssimo sinal para o mercado”, afirmou.
No quadro externo, a Gauss vê um cenário mais favorável aos mercados emergentes, em meio à perspectiva positiva para crescimento de Estados Unidos e China.