Por Josue Leonel.
O Banco Central precisará ter um “certo grau de segurança” sobre a reforma da Previdência antes de começar a cortar a taxa Selic, afirma Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio-diretor da Tendências Consultoria, em entrevista.
Loyola espera que o Banco Central corte a taxa de juros em entre 1 e 1,5 ponto porcentual no total, mas só inicie o processo após um avanço concreto da reforma da Previdência, que poderia ocorrer com a aprovação do texto no plenário da Câmara.
Na semana passada, ao decidir manter a Selic em 6,5%, o Copom atrelou o início do alívio monetário ao avanço da PEC no Congresso e apontou que o risco de frustração de continuidade das reformas é preponderante.
Para Loyola, a reforma não é suficiente para, isoladamente, recolocar a economia no rumo do crescimento, mas poderá abrir o caminho para outras medidas importantes. “É ingênuo achar que vai resolver todos os problemas, mas a reforma vai endereçar um problema estrutural importante.”
Há uma certa confiança entre os investidores de que a agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, poderá deslanchar após aprovação da mudança da Previdência, diz Loyola.
Entre as políticas que poderiam criar condições para um maior crescimento econômico, o ex-BC cita as privatizações, medidas na área de regulação e a reforma tributária.