Por Lilian Karunungan.
Está cada vez mais difícil encontrar investidores pessimistas sobre mercados emergentes. Uma análise da recuperação dos preços desta semana explica a razão.
O índice MSCI Emerging Markets avançou pelo quarto dia na quinta-feira, o rali mais longo este ano, enquanto o índice CSI 300 da China deu um salto para o nível mais alto em dois anos e o índice Kospi da Coreia do Sul pode fechar com o melhor desempenho semanal em sete anos.
A Pictet Asset Management acaba de entrar para o grupo de otimistas. A gestora sustenta seu argumento ao se referir à resposta contundente de governos de países em desenvolvimento para conter as consequências do surto de coronavírus.
“O que é encorajador é que bancos centrais e governos ao redor do mundo já atuam para tentar limitar os danos econômicos”, disse Luca Paolini, estrategista-chefe da Pictet Asset em Londres, em relatório de pesquisa. “A experiência nos diz que oportunidades atraentes de investimento surgem sempre que mercados sucumbem a vendas indiscriminadas prolongadas.”
Ventos favoráveis
O UBS Wealth Management também reafirmou sua visão otimista em relação às ações de mercados emergentes. Segundo o banco, o relativo desempenho positivo das ações em comparação aos pares do mundo desenvolvido mostra poucos sinais de desaceleração, já que a China alcança “relativo sucesso” em conter o surto de coronavírus.
“Esperamos que esse desempenho positivo continue nas próximas semanas”, disse Mark Haefele, diretor global de investimentos do UBS em Zurique, em nota aos clientes. “Juros mais baixos e um dólar mais fraco também podem fornecer um vento de cauda para as ações de mercados emergentes”, disse.
O Goldman Sachs prevê que bancos centrais em países como Índia, Brasil e Rússia reduzirão as taxas de juros em pelo menos 25 pontos-base para combater o impacto do vírus.
Embora com o corte das previsões de crescimento econômico para muitos países em desenvolvimento, o banco recomenda que investidores estejam overweight em ações da China, Rússia, Índia e Coreia do Sul, segundo análise de Andrew Tilton, em Hong Kong, e de Kamakshya Trivedi, em Londres.