Por Anna Edgerton e Julia Leite.
A presidente Dilma Rousseff pediu para investidores em Nova York, no dia 29 de junho, para dar uma segunda chance ao seu país. Ela e alguns membros escolhidos do seu gabinete ofereceram oportunidades de investimentos em aeroportos, estradas e portos como parte do seu programa de 198,4 bilhões de reais (64 bilhões de dólares) criado para fomentar o crescimento e atacar gargalos logísticos.
Em 2013, Rousseff fez uma viagem semelhante aos Estados Unidos para promover um plano de infraestrutura que não conseguiu fazer jus às expectativas. Desta vez, o Brasil está tentando tornar os contratos mais atraentes ao focar em melhorar a produtividade para preservar salários e lucros. Com a expectativa de que o ano de 2015 seja “o fundo do poço” para a economia do Brasil, o plano pode atrair investidores que buscam oportunidades de longo prazo, disse o CEO da BlackRock, Larry Fink, em um fórum para investidores. “Fundos de pensão e empresas de seguros estão buscando ativos de alta qualidade e de longo prazo”, disse. “Se pudermos oferecer aos nossos clientes globalmente os investimentos em infraestrutura no Brasil que trazem essas duas características, teremos uma vasta gama de recursos para investir nesses projetos.”
Rousseff, durante sua viagem de três dias a Nova York, teve reuniões privadas com empresas como BlackRock, Citi, Warburg Pincus e JPMorgan. Ela também se encontrou com líderes empresariais, incluindo executivos do Walmart, Lockheed Martin e American Tower. “O Brasil está construindo a base de um novo ciclo de crescimento”, disse Rousseff. “As medidas para controlar a inflação e para conquistar o balanço fiscal são parte dessa estratégia, assim como medidas para aumentar investimentos e produtividade.”
O programa anterior de Rousseff, que incluía limites em lucros, não foi capaz de realizar nenhum leilão de ferrovias depois de colocar 14 novas opções para concessão em 2012. Um trem de alta velocidade, avaliado em 35 bilhões de reais, para ligar São Paulo ao Rio de Janeiro, foi arquivado.
Agora, o governo vai ser mais flexível, usando modelos diferentes para portos e ferrovias em uma tentativa de garantir interesse nos leilões, os quais incluem a opção de licitação em dinheiro ou pelo pedágio de menor valor. O governo também pode dar aos operadores rodoviários mais tempo para atingir as exigências de investimento.