Bancos colocam crescimento dos lucros na Europa acima dos EUA pela primeira vez desde 2008

Por Inyoung Hwang.

Agradeça aos bancos.

Os credores são, com folga, os maiores contribuintes dos avanços nos lucros corporativos europeus neste ano e elevaram o crescimento dos ganhos na região acima dos ganhos dos EUA pela primeira vez desde a crise financeira, segundo dados do UBS Group AG.

Os analistas preveem um avanço total de 6,7 por cento nos lucros do Índice Stoxx Europe 600 neste ano, liderado pelos lucros dos bancos, que segundo eles subirão 18 por cento. Projeta-se que os ganhos nos EUA se incrementem em apenas 1 por cento, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Um rali de 17 por cento nas ações dos bancos europeus transformou os credores no setor de melhor desempenho nos últimos seis meses. Barclays Plc, UBS e Credit Suisse Group AG estão entre os exemplos mais positivos em termos de lucros.

“Pela primeira vez em muito tempo, é melhor investir em companhias europeias do que nas americanas”, disse Louis de Fels, gerente de fundos em Paris da Raymond James Asset Management International, que administra cerca de US$ 60 bilhões, em entrevista por telefone. “O euro está mais desvalorizado, a flexibilização quantitativa está começando a funcionar, as taxas estão mais baixas, os preços do petróleo têm caído – tudo isso ajuda as empresas europeias”.

Os analistas ainda poderiam ter que elevar suas projeções anuais de lucros porque o euro está se debilitando em relação ao dólar e a especulação de que o Federal Reserve (Fed) elevará as taxas de juros está crescendo, disse De Fels. Além das ações dos bancos, ele disse que também gosta da Veolia Environnement SA, de empresas hoteleiras europeias e de companhias de valor de mercado pequeno, pois elas estão mais atreladas à economia local.

Apetite reduzido

O apetite dos investidores diminuiu durante o terceiro trimestre em meio à intensificação da crise da dívida da Grécia e às atribulações do mercado acionário da China, chegando a empurrar o Stoxx 600 para 10 por cento abaixo do pico atingido em abril. Lucros superiores aos esperados deram certo alívio.

Tendo superado a estagnação dos produtores de commodities e de alimentos, os resultados deste trimestre estão prestes a ultrapassar as estimativas de analistas pela maior margem em cinco anos, escreveu o UBS em um relatório no dia 29 de julho.

Os estrategistas do banco, entre eles Nick Nelson e Karen Olney, apontaram que mesmo depois do recente recuo, as ações europeias continuam sendo negociadas a múltiplos entre preços e lucros acima das médias no longo prazo. A Europa terá o maior vento cambial favorável em vinte anos, disseram eles.

“Para que o mercado altista continue, precisamos que as companhias anunciem bons lucros”, disse o UBS. “A boa notícia é que há sinais de que isso acontecerá agora”.

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