Por James Crombie.
A economia do Brasil vai começar a melhorar a partir de 2018, de acordo German Efromovich, dono de companhias aéreas na região, incluindo Avianca da Colômbia.
“Nós queremos sobreviver até o final de 2017 porque em 2018 o ciclo vai começar a voltar “, disse ele em uma entrevista no dia 29 de setembro, em Nova York. “O melhor momento para investir no Brasil é agora. As pessoas têm medo, mas este é o momento para estar lá.”
O investidor brasileiro-colombiano não descarta mais deterioração nos fundamentos econômicos da América Latina, mas ele sabe que o segredo é ser rápido.
“Pode ficar pior, mas temos de estar afinados. Você tem que ser capaz de reagir em tempo real a qualquer mudança, e tem que ser rápido. Se você fizer isso, será capaz de sobreviver “, disse Efromovich.
Ele afirmou estar otimista sobre a economia colombiana, na qual espera que haja benefícios a partir da assinatura de um acordo de paz que está previsto para março de 2016. Efromovich disse que um acordo impulsionaria as exportações e o crescimento, em setores como a agricultura. Redução nas despesas públicas nas áreas de segurança e militar também ajudariam.
“No meio de toda essa confusão, a Colômbia encerra esse ano com um crescimento de 3 por cento. Nos últimos 15 anos, eles têm sido muito transparentes com as regras e muito abertos para o investimento estrangeiro. A Colômbia vem mostrando que suporta investimentos privados em todas as áreas”.
Apesar disso, o co-fundador da empresa de private equity Efromovich / Silva Capital Partners disse que angariação de fundos para a Colômbia é difícil por causa da volatilidade macroeconômica. “As pessoas, e mesmo eles não entendem, ou ficam com medo. [Eles se preocupam com] a desvalorização e de que ela possa ficar pior, o que na minha opinião é errado. Você não muda seus dólares para pesos quando o peso está em 1.900 dólares, você faz isso quando o peso está entre 3.000 e 3.500 dólares. ”
Em relação a companhias áreas, seu principal negócio, Efromovich disse que há excesso de capacidade na região depois que a demanda caiu por causa da desvalorização da moeda. “A desvalorização nos atingiu, mas é compensado um pouco pela redução do preço do combustível “.
Ele acrescentou que a Avianca prefere cortar capacidade do que fazer voos deficitários.
“Reduzimos um pouco a capacidade e estamos reestudando rotas [em meio a uma região em desaceleração. ] Você pode fazer promoções, mas tem que desenhar uma linha onde as promoções não são suicidas.”
No Brasil, a Avianca está fazendo “um pouco de lucro” e não há nenhuma outra dívida além dos arrendamentos, disse Efromovich. “Nós voamos com uma taxa de ocupação pouco acima de 80 por cento e não estamos abrindo mão das passagens.”
Ainda estamos considerando uma fusão da unidade colombiana e brasileira, mas é pouco provável que aconteça no curto prazo.
“Faz sentido, sempre pensei sobre isso. Mas não sabemos quando isso vai acontecer. Estamos esperando o momento certo. Hoje ou no próximo mês, isso não vai acontecer, mas obviamente manteremos essa possibilidade em aberto, permanentemente “, disse Efromovich.
No resto da região, a Avianca tem um valor estimado de $ 280 milhões presos na Venezuela, que Efromovich espera recuperar.
“É um alvo em movimento. Eventualmente, eles terão de pagar essa conta. Primeiro, o país precisa se reorganizar conjuntamente”, disse o investidor.