Por Daniel Kruger e Wes Goodman.
No momento em que a era sem precedentes de taxas de juros próximas de zero nos EUA caminha para o final, encontrar um gestor de fundo de bonds que proteja seu dinheiro é mais importante do que nunca.
Um dos melhores do setor diz que, no momento, não há melhor forma de fazer isso do que diminuir os títulos do Tesouro dos EUA, apostar alto nos bancos americanos e tomar algum risco nos mercados emergentes como, por exemplo, no México.
Carl Eichstaedt, que administra o Western Asset Core Plus Bond Fund, de US$ 15,3 bilhões, diz que o Goldman Sachs Group Inc. e o Wells Fargo & Co. estarão entre os primeiros a tirar proveito em um momento em que uma economia americana mais forte leva o Federal Reserve a aumentar as taxas pela primeira vez em quase uma década. As regulações mais severas significam também que as empresas financeiras atualmente estão tomando menos riscos em nome dos acionistas.
“Trata-se de um modelo de negócio muito menos arriscado agora do que durante a crise”, disse o gerente de 55 anos, cujo fundo tem cerca de 13 por cento de seus ativos em bonds financeiros — muito mais do que a alocação de referência de cerca de 8 por cento, mostram dados compilados pela Bloomberg. “Isso não é necessariamente bom para o detentor de ações, mas é música para os ouvidos do detentor de bonds”.
Eichstaedt, nomeado gerente de fundo de renda fixa do ano nos EUA em 2014 pela Morningstar Inc., tem um histórico proeminente para apoiar sua inclinação por adotar grandes posições. Seu fundo, que se concentra em dívidas intermediárias com grau de investimento dos EUA, mas tem a opção de investir em bonds de grau especulativo e nos mercados emergentes, deu um retorno de 1,7 por cento em 2015, mostram dados compilados pela Bloomberg. O resultado é melhor do que os de 98 por cento dos fundos similares, que pouco subiram neste ano. Não se trata de uma situação positiva de apenas um ano. O fundo registrou um retorno médio anual de 4,5 por cento nos últimos cinco anos, superando 94 por cento dos rivais.
As apostas dificilmente poderiam ser mais elevadas do que as atuais. Depois que anos de políticas ultrarrelaxadas dos bancos centrais do mundo impulsionaram bonds de todos os tipos, os gerentes que são pagos por suas habilidades repentinamente estão um tendo baixo desempenho em um momento em que essas mesmas políticas começam a divergir. E como o Fed está prestes a acabar com sua política de taxa zero, o Banco Central Europeu estuda aplicar estímulos mais agressivos e a China está tentando estimular o crescimento lento, os vencedores e os perdedores se tornaram mais evidentes.
Os fundos de bonds gerenciados ativamente subiram apenas 0,7 por cento nos últimos 12 meses, cerca de metade do retorno daqueles que monitoram os índices, mostram dados compilados pela Bloomberg. Trata-se de um forte contraste em relação aos anos anteriores, quando os gerentes ativos tiveram um desempenho superior ao de seus pares.
Experiência com bonds
Eichstaedt, que começou como trader de bonds no Chemical Bank (que agora faz parte do JPMorgan Chase & Co.) e passou pela Pacific Investment Management Co. antes de se juntar à Western Asset, em 1994, diz que o Fed iniciará o ciclo de aperto em dezembro e elevará as taxas para 1 por cento até o fim do ano que vem devido ao fortalecimento da economia dos EUA. O banco central mantém os juros próximos a zero desde que os cortou, em 2008, para combater a crise financeira.
Apesar de sua estimativa para a alta da taxa de juros em 2016 ser mais baixa que a própria projeção do Fed de 1,375 por cento, ainda está acima do patamar que os traders de renda fixa estão precificando. Eles veem a taxa efetiva em uma média de aproximadamente 0,79 por cento.
Os traders de futuros veem 72 por cento de chances de o Fed aumentar sua taxa de referência na reunião de 15 e 16 de dezembro, mostram dados compilados pela Bloomberg.
“Esta recuperação tem sido relutantemente lenta e aleatória, mas nós acreditamos que ela chegou para ficar”, disse Eichstaedt, que também possui bonds do Bank of America Corp., do Citigroup Inc. e do JPMorgan, segundo dados compilados pela Bloomberg.
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