Por Christine Jenkins, com a colaboração Carlos Torres.
Ações da Colômbia só ganham das da Ucrânia, apesar do crescimento nas vendas
A queda de 23% da Colômbia em termos de dólares no ano, até 10 de julho, a torna a maior perdedora do mercado de ações em todo o mundo, somente atrás da Ucrânia, que está com uma baixa de 31 %.
O colapso no petróleo, que responde por cerca de metade das exportações do país e em torno de 17 % das receitas do governo, coincidiu com o pessimismo sobre um processo de paz que começou em 2012, deixando os investidores sem motivo claro para comprar, de acordo com Rupert Stebbings, diretor-gerente de vendas de títulos no Bancolombia.
“O preço do petróleo afeta a confiança, afetando algumas ações diretamente, e está relacionado com a queda do peso, obviamente, que tem uma alta correlação com o índice em si”, disse Stebbings em entrevista por telefone desde Medellín. “Este não é um nível em que você deve vender, é um nível em que você, provavelmente, deve segurar, mas os investidores estão à procura de catalisadores.”
Os investidores estrangeiros, que eram os maiores compradores líquidos no ano passado na Colômbia, tem vendido ações em quatro dos últimos seis meses, de acordo com dados da bolsa de valores. Embora em junho as compras por estrangeiros tenham sido “fortes”, em 103 milhões dólares, o humor do mercado continua frágil e não sinaliza um ponto de inflexão, de acordo com um relatório do Credicorp Capital.
Preços de petróleo estáveis ou crescentes e fluxos sugerindo que estrangeiros e fundos locais estão comprando ações novamente, podem ajudar a convencer os investidores de que as ações estão na rota para começar a ganhar, disse Stebbings. “Pode haver ‘novos motivos para otimismo’ se os investidores enxergarem progresso nas negociações do governo no sentido de um cessar-fogo bilateral com a guerrilha”, disse ele.
“É uma questão de confiança macro. Eu não acho que você pode apontar para qualquer um desses nomes e dizer: ‘oh, bem, eles deveriam estar muito mais fracos’”, disse Stebbings.
Uma comparação entre empresas públicas na América Latina mostra que a Colômbia tem tido desempenho inferior quando comparado ao do grupo, embora o crescimento das vendas tenha sido mais forte do que o de vários pares. A relação preço/vendas para os principais índices da região está atualmente no ponto mais baixo, o que significa que as vendas continuaram a crescer, enquanto os preços diminuíram em um ritmo mais rápido que o dos países vizinhos.