Por Shruti Date Singh.
No que diz respeito aos frangos, 2017 pode até ser um ano mais gordo — mas talvez não em termos de peso das aves.
A Sanderson Farms, terceira maior processadora de aves dos EUA, diz que os ganhos de peso das aves podem começar a perder força. Após engordarem frangos por décadas, alguns produtores estão começando a reduzir o peso dos animais para evitar casos de carne de peito com textura de “madeira”, disse Joe Sanderson Jr., CEO da Sanderson, que tem sede em Laurel, Mississippi, EUA. A textura problemática é resultado da genética, mas o problema parece pior em aves maiores, disse ele.
“Em 2017 não veremos os aumentos do peso vivo que vimos nos últimos anos”, disse Sanderson em entrevista por telefone, na quinta-feira. “O aumento será lento”.
A produção de aves menores seria uma inversão flagrante em relação à época dos animais mais gordos. Os frangos criados nos EUA pesavam 2,83 quilos em média em 2015, quase o dobro de 1955 e mais do que o triplo do total de 1925, segundo o site do Conselho Nacional do Frango do país. Dava-se preferência a animais mais pesados como forma de aumentar a produção e a receita.
Carne dura
Mas com as aves maiores, os casos do chamado peito “de madeira”, expressão que descreve a textura dura, não o gosto ou a qualidade da carne, passaram a ser encontrados com mais frequência, disse Sanderson, que preferiu não identificar as empresas que estão reduzindo o peso das aves. A empresa de Sanderson está mantendo o peso de seus frangos.
A textura mais dura foi encontrada em até 5 por cento da carne de peito desossada das unidades de aves grandes da empresa, disse Sanderson. As plantas respondem por cerca de 28 por cento do peso vivo total da Sanderson. O peito duro não é uma preocupação de saúde ou de segurança alimentar e sua causa exata é desconhecida, segundo o Conselho Nacional do Frango dos EUA.
A oferta identificada como dura após triagem é vendida com desconto e usada em produtos como nuggets de frango, porque a carne é dura demais para pratos que exigem uma carne macia, como saladas. O problema começou há alguns anos, quando os criadores selecionaram certas aves pelas taxas de crescimento e pelo rendimento da carne do peito, disse Sanderson. Os criadores levarão dois a três anos para corrigir o problema eliminando as aves que produzem o problema, disse ele.
Alguns compradores de frangos “avaliam exigir que seus fornecedores passem a produzir um frango menor porque estão tendo problemas de carne de peito dura em seus restaurantes”, disse Sanderson em uma teleconferência, na quinta-feira, para discutir os resultados fiscais do terceiro trimestre com analistas.
As processadoras de frango estão tentando evitar a carne dura, mas há outro motivo para reduzir os aumentos no peso dos animais. Segundo Sanderson, a produção de aves maiores não vai “satisfazer as necessidades do cliente”. Os clientes que compram asas de sua empresa vendem o produto por pedaço, e não por peso, e precisam do peso apropriado por unidade, disse ele.
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