América Latina estagnada na Venezuela e Brasil, diz Banco Mundial

Por David Biller.

A economia da América Latina vai estagnar em 2016 em países dependentes de commodities como o Brasil e a Venezuela, arrastando para baixo toda a região, compensando um desempenho positivo no México, segundo previsão do Banco Mundial.

A crescimento da América Latina e do Caribe será plano este ano, ante um crescimento de 2,1% previsto em junho passado, de acordo com “Global Economic Prospects”, relatório do Banco Mundial divulgado quarta-feira. Isso é devido a uma perspectiva mais fraca para a América do Sul, particularmente o Brasil e a Venezuela. A América do Sul tem previsão de contrair 1,1% em 2016, contra 1,7% de crescimento que o Banco Mundial esperava em meados de 2015.

Um mergulho dos preços, desde o petróleo, passando por metais e produtos agrícolas, tem ferido nações sul-americanas, onde as mercadorias são responsáveis por 70% das exportações. Essas nações são mais dependentes dos mercados de commodities globais do que Caribe, América Central e México, cujas fortunas estão mais intimamente ligadas à economia dos EUA.

A Venezuela e o Brasil ainda sofrem estagflação e turbulência política, e continuam sendo fontes de risco para a recuperação regional, de acordo com o relatório. A economia do Brasil vai contrair 2,5% este ano, contra a previsão anterior do Banco Mundial de uma expansão de 1,1%. A Venezuela vai encolher 4,8%, ante previsão de uma queda de 1%. Os países vão emergir da recessão em 2017 e 2018, respectivamente.
 

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As melhores previsões para ambas as nações para além deste ano assumem expectativas de recuo da inflação para o Brasil e do déficit orçamentário, diminuindo a necessidade de políticas fiscais e monetárias mais restritivas, e que a nova composição do Congresso da Venezuela prevê uma mudança gradual em direção a uma “macroeconomia mais forte e ambiente de negócios mais amigável.

“Uma desaceleração prolongada em uma ou ambas dessas economias poderia ter repercussões negativas em toda a região”, disse o relatório. O Brasil está sofrendo do que parece ser a sua mais profunda recessão de dois anos, pelo menos desde 1901, de acordo com dados do instituto de pesquisa econômica nacional IPEA.

A crise econômica no Brasil tem um impacto “moderado” em nações vizinhas, de acordo com o Banco Mundial, que reduziu as previsões de crescimento de 2016 para a Bolívia, Colômbia, Uruguai, Peru, Argentina e Equador. Destes, apenas no último é esperado uma contração.

Crescimento no México, América Central e do Caribe irá compensar o declínio da América do Sul este ano. O desempenho desses países é melhor devido ao estreitamento dos laços econômicos com os EUA, que está economicamente mais sólido, disse o relatório. Exportadores mexicanos também se beneficiarão com o peso e reformas mais fracas, incluindo aquelas que no ano passado ajudou a impulsionar as receitas não petrolíferas para compensar o declínio do petróleo bruto. A segunda maior economia da América Latina vai crescer 2,8% em 2016, segundo o relatório.

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