Por Takashi Amano.
A Apple está negociando com a Sharp para garantir o fornecimento de telas de LED orgânico para a próxima geração de aparelhos da fabricante do iPhone, disse uma pessoa informada sobre o assunto.
O acordo de fornecimento de telas OLED dependeria da capacidade de produção da empresa com sede em Osaka, disse a pessoa, que pediu anonimato porque as negociações são privadas. As discussões decorrem do desejo da Apple de ampliar o número de fornecedores de telas OLED, segundo essa pessoa.
Na manhã de sexta-feira, a Sharp anunciou que investirá 57,4 bilhões de ienes (US$ 566 milhões) no desenvolvimento de unidades de fabricação de telas OLED com o objetivo de iniciar a produção em junho de 2018. Os recursos serão destinados a equipar as fábricas da Sharp em Mie e Osaka e a oferecer amostras de produtos aos clientes, informou a empresa em comunicado.
“Extraoficialmente ou com um aceno, a Apple encorajou a Sharp a tomar essa decisão”, disse Amir Anvarzadeh, chefe de vendas de ações japonesas da BGC Partners em Cingapura, em entrevista por telefone. “A estratégia geral da Apple é aumentar a concorrência do lado da oferta e diluir a exposição ao risco de contar apenas com um fornecedor”.
Toyodo Uemura, porta-voz da Sharp, preferiu não comentar sobre clientes específicos. Um porta-voz da Apple no Japão não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O investimento de capital da Sharp em telas OLED faz parte do montante de 200 bilhões de ienes que a fabricante já havia comprometido com a tecnologia, parte de um plano estratégico adotado pela empresa com sua nova proprietária, a Foxconn Technology Group. As telas da próxima geração baseadas na tecnologia OLED, ou diodo emissor de luz orgânico, na sigla em inglês, prometem imagens mais nítidas e consumo menor de bateria. O investimento anunciado na sexta-feira será destinado à produção de telas para smartphones, segundo um representante da Sharp, que não identificou clientes específicos.
“Esse investimento é uma resposta ao que a Apple está fazendo”, disse Hideki Yasuda, analista do Ace Research Institute em Tóquio. “É improvável que a produção seja iniciada antes do segundo semestre de 2018, por isso não será observado nenhum impacto nos lucros até lá.”
As ações da Sharp chegaram a subir 2,2 por cento após o anúncio, mas fecharam o pregão de sexta-feira em Tóquio inalteradas. A ação acumula alta de 8 por cento no ano, contra um declínio de 15 por cento do mercado como um todo. A Apple responde por cerca de 27 por cento das receitas da Sharp, segundo análise da cadeia de abastecimento realizada pela Bloomberg.
No início do ano, a empresa japonesa aceitou um pacote de resgate da Foxconn Technology Group, encerrando a batalha de sua aquisição, que durou quatro anos. No mês passado, a companhia informou que, após receber uma injeção de 289 bilhões de ienes, seus passivos já não excedem o total de ativos.
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