Notícia exclusiva por Josué Leonel, com a colaboração de Davison Santana.
As ideias do novo presidente do BC, Ilan Goldfajn, sobre a economia são conhecidas. Além de assinar relatórios do banco Itaú junto com outros economistas do banco, Ilan escrevia regularmente artigos no Estado de S. Paulo e O Globo. Em abril, por exemplo, ele escreveu que “não é o momento de sancionar” uma apreciação cambial e euforia no mercado. Sobre juros, disse que “em algum momento o BC deverá reduzir” a taxa Selic. Em artigo publicado em maio, Ilan destacou riscos externos.
Câmbio
Ilan defendeu a continuidade das atuações do BC no câmbio em artigo publicado pelo Estado e intitulado “Euforias no meio da crise”, de 5 de abril de 2016, cerca de 40 dias antes de sua indicação para o BC confirmada
Swaps
“Não é o momento de sancionar uma apreciação cambial. É o momento de remar contra a corrente, recomprando dólares (via redução do estoque de swaps existentes no BC) enquanto o mercado quiser vendê-los.
“Não é o momento de sancionar euforias no mercado. Elas advêm de um contexto internacional temporariamente favorável, conjugado com um otimismo local frágil, por se basear em cenários de muita incerteza, com dificuldades de implementação consideráveis. Faz bem o Banco Central em atuar na direção contrária”
Inflação
“O mais provável, na ausência de políticas extremas, será a continuidade da queda da inflação. Já se observa queda na inflação presente e as coletas de preços de curtíssimo prazo indicam continuidade do processo num futuro próximo”
Desinflação
“A razão para a desinflação é simples: não há forças inflacionárias no sistema. A pior recessão da história – e a consequente queda forte das vendas – tirou a capacidade de reajuste de preços da economia”
Juros
“Em algum momento, o BC deverá reduzir os juros, ratificando essa trajetória de queda da inflação, provavelmente ainda este ano. Mas não é o caso de reduzir imediatamente (este semestre) os juros, com risco de sancionar otimismo exagerado no mercado. Importante garantir antes a desinflação”
Ata do Copom
Comentário do relatório do Itaú sobre a ata do Copom, de 5 de maio, manteve a análise favorável a corte dos juros. “Queda de juros mais adiante. Esta melhora esperada do balanço de riscos, se confirmada, deve trazer conforto ao Copom para iniciar um ciclo de cortes de juros no segundo semestre”
Riscos externos
Em artigo no Estado dia 3 de maio, intitulado “Riscos não tradicionais”, Ilan foca no cenário externo. Cita China como “maior risco global” e também o risco de “fim abrupto do período de juros zero”. Ele chama atenção para riscos não tradicionais, difíceis de mensurar e de avaliar, cenários que não são os mais prováveis, mas que se ocorrerem terão consequências relevantes. Seriam os casos da possibilidade de vitória de Donald Trump nos EUA e de saída do Reino Unido da União Europeia.
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