Por Marie Mawad, Alexandre Boksenbaum-Granier e Caroline Connan.
O empreendedor bilionário francês Xavier Niel pretende colocar Paris em pé de igualdade com o Vale do Silício em investimento e inovação tecnológica e construiu uma nova incubadora de startups na cidade para acolher essas ambições.
“As pessoas acham que é complicado e difícil de criar startups e ser bem-sucedido na França”, disse Niel em entrevista à Bloomberg TV, na quinta-feira, na capital francesa. “É por isso que precisamos desse tipo de iniciativa, para criar exemplos que possam ajudar nosso país a se tornar o maior país do mundo para a tecnologia. Espero que possamos ter o próximo Facebook aqui.”
O esforço de incentivo aos empreendedores de Niel está em sintonia com o discurso do presidente recém-eleito da França, que fez um chamado pela transformação do país em uma “nação startup”. Em visita à Station F, antiga estação ferroviária de 34.000 metros quadrados na qual Niel investiu 250 milhões de euros (US$ 269 milhões) com o objetivo de transformá-la em uma incubadora de startups, o presidente Emmanuel Macron incentivou os cidadãos a “agitar coisas e fazer o país mudar. A França precisa ser um país onde todos possam ser bem-sucedidos”.
Uma das pessoas mais ricas da França, Niel quer atrair milhares de empreendedores, investidores e inventores do setor de tecnologia para suas 3.000 mesas disponíveis para alugar e diversas zonas de convivência desse complexo de vidro e cimento perto do rio Sena. Empresas como Facebook, Microsoft e a designer de videogames Ubisoft Entertainment, além de firmas de capital de risco como Daphni e Ventech, prometeram colocar funcionários no campus para aconselhar e acompanhar os empreendedores.
Depois de fazer fortuna criando a operadora de telefonia de baixo custo Iliad, Niel desempenhou um papel fundamental ajudando a dar forma ao crescente ecossistema de startups da França, não apenas como investidor-anjo em empresas, mas também respaldando projetos como a escola de codificação 42, que é gratuita. A saída do Reino Unido da União Europeia pode dar a ele a oportunidade de ampliar a importância de Paris na cena tecnológica global.
“Éramos a 10ª maior cidade para a tecnologia do mundo, agora somos a número 3, atrás de Londres, e deveremos nos tornar a número 2”, disse Niel.
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