Por Andrew Janes.
A análise exagerada de questões geopolíticas e dos “ziguezagues dos bancos centrais” e o foco nos lucros das empresas são apenas distrações quando se trata de aproveitar a alta das ações em mercados emergentes.
É esta a conclusão do Bank of America Merrill Lynch a partir do estudo dos seis últimos grandes movimentos de apreciação das bolsas em países em desenvolvimento, vindo desde 1976. O avanço atual é não é muito diferente dos anteriores e as cotações das ações de nações emergentes podem dobrar em dois anos, de acordo com um relatório do banco assinado por um grupo de analistas que inclui Ajay Kapur, estrategista-chefe global para mercados emergentes e Ásia-Pacífico, que trabalha em Hong Kong.
“Achamos justificável uma alocação substancialmente superior em ações asiáticas e de mercados emergentes”, afirmou o relatório divulgado nesta quinta-feira.
As ações de mercados emergentes subiram aproximadamente 60 por cento desde o início de 2016, mas o avanço recente em meio à intensificação das tensões na Península Coreana motivou alertas sobre a possibilidade de correção.
Já o BofAML entende que o movimento atual de valorização deve terminar da mesma forma que os últimos seis: sob o peso de uma recessão ou exaurido por múltiplos exagerados.
O relatório do BofAML recomenda que os investidores vendam quando a razão (ou múltiplo) entre preço e valor contábil — atualmente em 1,77 para o índice MSCI EM — atingir 3 vezes ou quando avistarem uma recessão global ou na Ásia. Segundo o estudo, as ações de países emergentes sobem 230 por cento, na média, durante períodos de valorização que duram aproximadamente 42 meses.
Além da recessão, o BofAML listou os seguintes riscos a sua projeção:
* Conflito armado na Ásia
* Deflação na China ou crise de crédito e fuga de capitais do país
* Decisões antitruste que tributem ou desmembrem oligopólios da Ásia, especialmente no setor de internet
* Confisco do gigantesco fluxo de caixa corporativo na Ásia em prol dos serviços públicos
“Este bull market na Ásia/mercados emergentes tem fôlego”, escreveram os analistas do BofAML, citando o jargão para períodos consolidados de otimismo e valorização das ações. “Correções e recuos são inevitáveis; recomendamos que os investidores aproveitem para comprar.”
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