Por Rakteem Katakey.
As grandes petroleiras multinacionais poderão ter que fazer sua parte para reduzir a oferta após o acordo histórico entre produtores da Opep e de fora do grupo, na semana passada.
A BP tem a maior exposição nos 13 países que afirmaram até o momento que reduzirão sua produção, segundo dados da empresa Rystad Energy. A provável participação da Rússia, onde a BP possui participação de 20 por cento na Rosneft, a coloca à frente das concorrentes Total, Royal Dutch Shell, Exxon Mobil, Eni e Chevron, segundo os dados.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que controla cerca de 40 por cento do petróleo do mundo, assumiu a tarefa de elevar os preços e reanimar o setor com os primeiros cortes à produção em oito anos. As petroleiras, que viram os lucros serem esmagados e os projetos atrasados ou cancelados durante a queda dos preços, caminham para o melhor desempenho anual de suas ações desde 2009. Mas apesar de o acordo impulsionar seu valor de mercado, as grandes petroleiras precisarão suportar parte da carga.
“Se a Rússia reduzir sua produção, acreditamos que os campos operados pela Rosneft serão afetados”, disse Espen Erlingsen, vice-presidente de análises da Rystad. “No Iraque o governo também precisará reduzir a produção dos grandes campos de Basra. Lá, o Rumaila, operado pela BP, é um provável candidato a cortes.”
’Temos que cumprir’
A Total vem atrás da BP, com 670.000 barris por dia em produção nos países, segundo a Rystad. A quantidade inclui 288.000 barris por dia em Angola e 240.000 barris nos Emirados Árabes Unidos.
Um corte da Opep de cerca de 700.000 barris por dia — mais modesto do que o total de 1,2 milhão de barris finalmente acertado — reduziria a produção da Total em 2 por cento a 3 por cento nos países da Opep, disse o CEO Patrick Pouyanne à Mees, uma publicação do setor, em 25 de novembro, antes de o acordo ser fechado.
“Temos que cumprir”, disse ele. “O acordo pode limitar nossa produção em Abu Dhabi e possivelmente no Catar. Fizemos isso no passado e o faremos novamente se necessário.”
Procurado, um porta-voz da Total preferiu não fazer comentários adicionais.
A Shell tem 586.000 barris por dia de produção nos países que aderiram ao acordo, a Exxon tem 563.000 barris, a Eni possui 497.000 barris e a Chevron, 194.000 barris, segundo a Rystad. Porta-vozes da Shell, da Eni e da Chevron preferiram não comentar e a Exxon não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.
A Rússia responde por cerca de metade do total de 1,6 milhão de barris por dia que a BP possui nos países. A empresa é também a maior petroleira multinacional em Angola, onde produz 310.000 barris diários, segundo a Rystad. Procurado, um porta-voz da BP preferiu não comentar os dados, nem informar se a empresa iniciou discussões com governos sobre o corte da produção.
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