Por Mario Sergio Lima.
Nenhum dos principais candidatos à corrida presidencial escolheu um companheiro de chapa ainda, uma situação incomum tão perto do dia da votação que destaca mais uma vez a natureza imprevisível da eleição deste ano.
Líder nas pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua preso e o PT não nomeou um candidato a vice-presidente, ou mesmo um possível substituto no provável hipótese de que ele seja impedido de concorrer. O ex-capitão do exército Jair Bolsonaro tentou escolher três pessoas, sem sucesso. Josué Gomes, a escolha do chamado centrão para ser vice de Geraldo Alckmin, o favorito do mercado, também está resistindo à oferta.
Os candidatos à Presidência estão baseando as escolhas dos vices no tempo de TV, dinheiro ou apelo nacional que eles têm para impulsionar suas campanhas eleitorais. Os candidatos à vice-presidência, enquanto isso, estão querendo colocar seu peso atrás de alguém com alguma chance de ganhar.
Como pano de fundo está a chance de o vice-presidente tornar-se o presidente. Desde o retorno do Brasil à democracia, três vice-presidentes assumiram o poder, incluindo o presidente Michel Temer, acusado pela ex-presidente Dilma Rousseff, de dar um golpe para assumir o poder.
Normalmente, os partidos desenvolvem alianças após anos votando juntos no Congresso, segundo Thomaz Favaro, analista da Control Risks. Mas com a perda de protagonismo do PT e do PSDB, os dois principais pólos que sustentaram a política brasileira nos últimos 30 anos, esse sistema colapsou.
“Estamos a menos de um mês do início da campanha oficial e a janela de negociação ainda está aberta”, disse ele. “Em uma corrida apertada, qualquer apoio pode ser o fator decisivo.”
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