Por Isis Almeida.
A trading de commodities ED&F Man Holdings planeja vender alguns de seus ativos de açúcar em meio aos desafios para obter lucro com as margens apertadas do setor, segundo pessoas a par do assunto.
A trading londrina planeja vender ativos de açúcar com fraco desempenho, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque os planos são confidenciais. A divisão de agroindústria da ED&F Man, que engloba os ativos, teve prejuízo nos seis meses encerrados em 31 de março, repetindo o resultado negativo no mesmo período há um ano, disseram as pessoas.
Um porta-voz da ED&F Man disse que a empresa não comenta “especulações do setor”. “Como seria de esperar, avaliamos continuamente nossos negócios e operações e exploramos as possíveis oportunidades que possam surgir”, disse em e-mail à Bloomberg News.
Tradings de açúcar encontram obstáculos para obter lucro diante do aumento da produção em diversos países, como Índia e Tailândia, o que reduziu preços e a volatilidade. O número de empresas que comercializam a commodity também cresceu, aumentando a concorrência e encolhendo as margens do setor.
A ED&F Man foi forçada a fechar uma refinaria em Israel e uma de suas três unidades no Chile. A empresa também suspendeu temporariamente as operações em sua usina de processamento de açúcar de beterraba na Ucrânia, informou a empresa em relatório anual. No México, a joint venture da empresa, Azucar Group Saenz, também enfrenta problemas financeiros.
Vender os ativos pode ser um desafio, pois outras tradings também tentam alienar ativos. A Biosev, unidade brasileira da gigante de commodities Louis Dreyfus, colocou usinas à venda, enquanto a Bunge, outra das quatro gigantes de comércio agrícola, também tenta se desfazer de usinas no Brasil.