Este artigo foi escrito por Stephen Stapczynski. Originalmente publicado no Terminal Bloomberg.
As preocupações de que a atual escassez de gás natural liquefeito continuará até a metade da década estão desencadeando uma corrida para fechar acordos de longo prazo, aumentando o preço dos contratos pelo combustível super-resfriado.
Embora os contratos tenham começado a ficar mais baratos nos últimos anos, devido ao aumento da oferta do Qatar e aos consumidores finais preferindo o mercado à vista mais acessível, a ansiedade causada pela atual escassez inverteu essa tendência. Há uma falta de gás descontratado até 2025, o que está impulsionando os acordos indexados ao petróleo, segundo a consultoria Wood Mackenzie Ltd.
“2021 viu o retorno da atividade de contratação em seus maiores níveis nos últimos cinco anos” afirmou Valery Chow, chefe de pesquisa do setor de gás e GLN da Ásia-Pacífico na WoodMac, em um relatório divulgado em janeiro. “A Ásia respondeu por 85% dos contratos globais assinados, com a China liderando o grupo”.
Recentemente, a chinesa Beijing Gas Group Co. assinou um acordo para comprar GNL de um portfólio a cerca de 12,7% a 12,9% do preço do petróleo bruto Brent. Em comparação, o Qatar estava assinando acordos de fornecimento com clientes na maior economia da Ásia no início do ano passado com um escopo de até 10%.
As taxas à vista de GNL da Ásia para a Europa aumentaram para valores recordes em 2021, quando a oferta lutava para manter o ritmo da demanda, causada pela pandemia. Os importadores que ficaram descontratados em GNL vinculado ao preço do petróleo — uma prática que remonta aos anos 1970 — foram forçados a pagar valores astronômicos para proteger as entregas para produção de eletricidade e combustível de aquecimento.
Os preços do petróleo bruto têm sido muito menos voláteis do que os benchmarks à vista de GNL no último ano, aumentando a preferência do cliente por negócios indexados ao petróleo. Os contratos vinculados ao índice de gás da Henry Hub dos EUA também estão ganhando popularidade, devido aos preços mais baixos nos EUA e à disponibilidade de novos fornecimentos. A WoodMac afirmou ter expectativas de que eles permanecessem em voga em 2022.