Por Tim Culpan.
Os poderosos chaebols da Coreia do Sul não correm risco.
O impeachment da presidente Park Geun-hye fez com que muitos acreditassem que estão em maus lençóis. Porém, investidores desses conglomerados controlados por famílias, que dominam o panorama político e econômico do país, aparentemente acreditam que tudo vai bem.
Uma hora depois de um tribunal em Seul confirmar a decisão do parlamento de remover Park do cargo, um índice de ações do Grupo Samsung estava inalterado. Assim como a referência para as ações do Grupo Hyundai. Um índice de ações de nove companhias do grupo LG compilado pela Bloomberg Gadfly caiu antes do anúncio, mas recuperou mais da metade das perdas e a queda acabou sendo pequena. Uma compilação de ações de cinco empresas do Grupo SK chegou a subir 1,2 por cento.
Uma conclusão fácil sobre essa falta de reação seria que as cotações do mercado já haviam embutido perdas relativas à saída de Park e às críticas sobre o relacionamento questionável entre os conglomerados familiares e a elite política.
Não parece ser o caso. Os chaebols, que representam 50 por cento do valor de mercado do índice Kospi da bolsa sul-coreana, não só avançaram desde que o drama começou a se desenrolar em meados de outubro, como também superaram o desempenho do mercado como um todo.
Isso também significa desempenho inferior para as empresas menores, mesmo quando o vice-presidente da maior empresa do país, a Samsung Electronics, foi envolvido no escândalo e indiciado.
Se o impeachment e a prisão do executivo mais poderoso da Coreia do Sul não bastaram para convencer investidores de que o reinado dos chaebols terminou, é difícil imaginar o que pode fazer isso.
Esta coluna não necessariamente reflete a opinião do comitê editorial da Bloomberg LP e seus proprietários.
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