Por John Quigley.
Brasil e Peru são os países mais bem posicionados na América Latina para uma recuperação das quarentenas adotadas para combater o coronavírus, graças à solvência fiscal e poder econômico, segundo uma das maiores gestoras de ativos da região andina.
A pandemia de coronavírus atinge em cheio a economia global, mas o Brasil oferece oportunidades de compra para investidores, pois possui um grande mercado doméstico parcialmente fechado ao comércio internacional por impostos e outras barreiras, disse Dario Valdizan, que ajuda a administrar US$ 9 bilhões como chefe de pesquisa da Credicorp Capital Asset Management, com sede em Lima.
Embora o governo do presidente Jair Bolsonaro tenha sido lento no combate ao surto, as reformas econômicas aprovadas no ano passado e as “enormes” reservas estrangeiras garantem a capacidade do país de pagar a dívida e restaurar o crescimento, disse Valdizan. Em sua opinião, é improvável que o Brasil sofra um rebaixamento da nota de crédito, ao contrário do México, Chile e Colômbia, que correm risco de cortes devido ao aumento dos gastos públicos, de acordo com a empresa.
“O Brasil tem uma solvência interna muito grande para enfrentar esta crise”, disse.
Já o Peru aproveita as reservas de caixa para implementar o maior pacote de estímulo fiscal da região, e o grande setor de mineração do país deve se beneficiar da rápida recuperação da China após as medidas de contenção, disse Valdizan. Depois do Chile, o Peru é o maior produtor de cobre do mundo. Os bancos centrais dos dois países andinos reduziram as taxas de juros nominais para quase zero e devem esperar para ver o impacto das medidas para reabrir as economias antes de decidirem por mais estímulos, disse.
Em renda variável, Banco Bradesco e Lojas Americanas estão entre as maiores apostas da Credicorp. Em dívida corporativa, a Vale, a empresa financeira peruana Intercorp Financial Services e a varejista chilena Cencosud estão entre seus títulos preferidos.