Por Alexandra Harris.
Os mercados mais líquidos de empréstimos dos EUA parecem ter rejeitado totalmente a possibilidade de elevações na taxa básica de juros em 2019, embora o quadro não seja tão simples.
Há quem diga que o ajuste recente das cotações foi longe demais e que os sinais de diferentes mercados de renda fixa são divergentes. Os investidores reduziram as apostas no aumento dos juros após a última reunião do Federal Reserve, na qual as autoridades mantiveram uma visão otimista da economia, mas baixaram suas próprias previsões para o aperto monetário.
As ações desabaram desde a decisão, em 19 de dezembro. Os títulos do Tesouro americano se valorizaram e os contratos futuros da taxa básica de juros (fed funds) indicam que a mesma estará praticamente no mesmo nível dentro de um ano. John Briggs, estrategista-chefe da NatWest Markets para as Américas, recomenda cautela.
“A esta altura dos acontecimentos, é prematuro descartar totalmente o Fed”, alertou ele. “Não precisamos voltar a precificar dois ou mais acréscimos nos juros, mas um seria de apenas 0,25 ponto percentual.”
Futuros de fed funds e swaps indexados overnight sinalizam que o Fed não subirá os juros em 2019 e começaram a acenar a perspectiva de corte em 2020.
Para Jim Vogel, da FTN Financial Capital, existe uma discrepância entre essa expectativa e a perspectiva delineada pelos títulos do Tesouro americano de curto prazo. Sendo assim, fica difícil entender o que o mercado realmente espera.
“Ainda não há uma visão coerente da política de juros do Fed após os primeiros três trimestres de 2019”, acredita Vogel. “Com exceção de expectativas claramente menores para a inflação em todos os segmentos da curva de juros, os preços do mercado de renda fixa ainda não refletem qualquer opinião fundamental a não ser discordar com a visão do Fed.”
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