O poder de fogo da soja como arma da China na guerra comercial contra os EUA vai diminuir. Provavelmente os chineses serão forçados a comprar mais do principal produtor da oleaginosa. Isso vai acontecer mesmo se não houver trégua, uma vez que os estoques brasileiros estão sendo esvaziados pelos compradores chineses e só serão reabastecidos no ano que vem. A China pode acelerar a compra de grãos alternativos para ração animal, mas os criadores demoram mais para substituir a soja como alimento. As tarifas chinesas sobre frutos do mar prejudicarão o Alasca, maior Estado em produção pesqueira nos EUA, mas beneficiarão nações que criam salmão em cativeiro, como Noruega, Chile, Escócia e Canadá.
Sazonalidade da oferta amortece impacto das tarifas chinesas sobre a soja americana
A sazonalidade da oferta de soja significa que mais navios carregados com produto americano chegarão à China nos próximos meses. Os estoques de soja no Brasil diminuem no período e só haverá reposição no final do primeiro trimestre do ano que vem. A soja é considerada a arma mais poderosa da China na guerra comercial porque as vendas dos EUA dependem do país asiático.
EUA tiram vantagem do esvaziamento de estoques no Brasil
A redução dos estoques de soja no Brasil obriga a China a comprar mais dos EUA. O total comprado do Brasil pelos chineses já recuou de um pico de 1,35 milhão para 350 mil toneladas por semana. Só haverá oferta nova da América do Sul, inclusive da Argentina, a partir do primeiro trimestre de 2019. Embora os estoques de soja da China sejam elevados no momento, esse patamar será normalizado até outubro ou novembro.
A chegada de cargueiros de soja dos EUA sugere que o preço da commodity caiu o suficiente para compensar a tarifa.