Por Srinivasan Sivabalan e Filipe Pacheco
Atualmente, o índice de mercados emergentes da MSCI poderia praticamente ser chamado de índice da Ásia e do Oriente Médio.
Apenas 23,5 por cento dos mercados emergentes ficam fora dessas regiões e a participação deles deverá cair ainda mais com a inclusão da Arábia Saudita, que poderia, com o tempo, se transformar no quinto maior mercado, com peso de 7 por cento, se permitisse um acesso maior aos investidores estrangeiros, segundo cálculos da provedora do índice.
Com a atualização do mercado de ações em Riad para o status de mercado emergente pela empresa MSCI, os pesos dos países exportadores de commodities como África do Sul, Brasil, Rússia e México estão ameaçados. E agora que o Kuwait entrou para a lista de análise da MSCI para uma possível atualização de status, o Oriente Médio está se transformando no segundo maior centro de poder dentro do universo dos mercados emergentes, atrás apenas dos quatro grandes — China, Índia, Coreia do Sul e Taiwan.
A segunda camada atual do MSCI Emerging Markets Index — África do Sul, Brasil, Rússia e México — viu sua influência diminuir com a queda do peso combinado das empresas de energia e de commodities de quase 32 por cento há uma década para menos de 15 por cento atualmente.
A Arábia Saudita restringe a propriedade estrangeira na maioria das empresas a 49 por cento, o que é “relativamente comum” no mundo em desenvolvimento, disse Sebastien Lieblich, diretor-gerente e chefe global de soluções para ações da MSCI. Contudo, se o reino abrisse integralmente seus mercados, o peso do país poderia dobrar em relação aos 2,6 por cento propostos a partir do ano que vem, disse.
O peso poderia receber um impulso adicional de 1,8 ponto percentual se a joia da coroa do reino, a Saudi Aramco, concluísse sua oferta pública inicial, segundo Lieblich. A previsão está baseada em expectativas de mercado de que a empresa poderia ter uma flutuação livre de US$ 100 bilhões.
O Tadawul All Share Index, índice de referência da Arábia Saudita, avançou 14 por cento neste ano, contra um recuo de 6,4 por cento do MSCI Emerging Markets Index.
“A Arábia Saudita pode ter uma importância muito maior no nosso universo dos mercados emergentes”, disse Lieblich. “Tudo depende de quanto acesso dará aos estrangeiros.”
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