Por Dina Bass.
A falta de diversidade no setor de tecnologia é muito conhecida atualmente — por todos, exceto, aparentemente, por quem trabalha nele. Segundo uma pesquisa recente com 1.400 empregados do setor de tecnologia, 94 por cento dos trabalhadores em tecnologia dos EUA aprovam o setor, suas empresas e suas equipes em relação à diversidade. Isto em um setor no qual 76 por cento dos empregos técnicos são mantidos por homens e em que negros e latinos correspondem a apenas 5 por cento da força de trabalho.
“Negros, hispânicos, nativos americanos e mulheres são tão mal representados que as pessoas perderam a capacidade de perceber o que é o equilíbrio”, disse Aubrey Blanche, diretora de diversidade da empresa Atlassian, que produz software para colaboração entre equipes. Ela encomendou a pesquisa para comparar as atitudes de sua empresa com as do setor como um todo. Os resultados foram surpreendentes demais para não serem divulgados, disse ela.
Por que a desconexão?
Ao responderem à pesquisa, os funcionários utilizaram uma série de desculpas típicas do Vale do Silício e deram crédito pelas tentativas feitas por suas empresas e pelo setor. Sessenta por cento disseram que sua empresa estava se esforçando, mas não foram capazes de apontar nenhuma ação concreta. Vinte por cento disseram que não podiam pensar que existia um problema com a diversidade porque “estamos em uma meritocracia”.
Essa atitude provavelmente não ajuda. Pesquisadores do MIT mostraram que acreditar que o setor de tecnologia coloca o mérito acima de todas as outras coisas, na verdade torna as pessoas mais tendenciosas na hora de contratar, promover e recompensar os trabalhadores.
Quarenta e oito por cento disseram que suas empresas já contam com uma força de trabalho diversa — talvez porque as empresas de tecnologia tendem a empregar muitos funcionários estrangeiros, disse Blanche. “O que eles não levam em consideração é que existe uma exclusão sistemática de grupos no setor”, disse ela.
Indagados sobre como suas empresas poderiam melhorar os indicadores de diversidade, cerca de metade disse que nenhuma melhoria era necessária.
A pesquisa também fez perguntas aos trabalhadores relacionadas à eleição presidencial de 2016. Quarenta e oito por cento disseram que a eleição fez com que se importassem mais com a diversidade e 56 por cento disseram que a campanha fez com que se conectassem com colegas de origens diversas para aprender mais sobre suas experiências — considerando, é claro, que tenham conseguido encontrá-los.
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