Por Aline Oyamada.
O maior fluxo de saída de recursos do principal ETF dedicado às ações do Brasil em cinco anos liderou os saques de ETFs dos mercados emergentes para a marca de US$ 7 bilhões.
Investidores retiraram U$ 565,1 milhões dos fundos negociados em bolsa dos EUA que investem em países em desenvolvimento, bem como aqueles que visam países específicos, na semana encerrada em 7 de junho, segundo dados compilados pela Bloomberg. Foi a sexta semana seguida de saques de ETFs de mercados emergentes.
A saída foi liderada pelo iShares MSCI Brazil ETF, que possui US$ 8,6 bilhões em ativos e é o maior dedicado às ações do país. O fundo sofreu uma retirada de US$ 358 milhões na semana passada – a maior desde abril de 2014. Operadores disseram que a tensão comercial entre México e EUA e dados econômicos decepcionantes podem ter contribuído para as saídas, assim como o fato de que a ação do fundo subiu mais de 15% desde 17 de maio, quando estava no menor nível em 5 meses.
“Houve um escrutínio em todo o espaço da América Latina com a situação dos EUA e do México, com a preocupação de que os impasses afetassem os demais países da região”, disse Mohit Bajaj, diretor de ETFs da WallachBeth Capital LLC.
As saídas foram menores em outros lugares nos mercados emergentes. A maior retirada de um ETF dedicado a ações de mercados emergentes foi de US$ 37,9 milhões, do ETF iShares Currency Hedged MSCI Emerging Markets. Há três semanas, quando os ETFs de países em desenvolvimento sofreram um saque recorde, a maior saída foi de US$ 272 milhões, do iShares MSCI Emerging Markets.
As ações, moedas e títulos de mercados emergentes tiveram ganhos na semana passada, com as apostas de corte de juros nos EUA compensando a preocupação com o atrito comercial entre EUA e México – que diminuiu no fim de semana, quando os dois países chegaram a um acordo para evitar a imposição de tarifas.